23 de abril de 2011

Novo pacote de austeridade atinge os vizelenses

Numa altura em que o erário municipal se encontra à beira da ruptura financeira, uma nova ameaça paira sobre a sustentabilidade das contas públicas vizelenses.

Atendendo à queixa apresentada por um “cidadão que não pertence ao Município de Vizela” (certamente ligado à oposição ou a soldo de influências e interesses desconhecidas – digo eu), o provedor da justiça recomenda à Câmara Municipal de Vizela (CMV) a revogação do Regulamento Municipal das Zonas de Estacionamento de Duração Limitada Controladas por Parcómetros
De acordo com a recomendação emanada pelo Juiz-Conselheiro Alfredo José de Sousao Município de Vizela deve revogar o referido Regulamento em tudo o que contrariar o disposto no Código da Estrada, que prevê que o processamento das contra-ordenações rodoviárias e a aplicação das respectivas coimas compete apenas à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR)”. O Provedor de Justiça recomendou ainda “o arquivamento de todos os processos de contra-ordenação, pendentes por infracção ao Regulamento Municipal, para cuja instrução a CMV não seja competente”.

O que, feitas as contas e deduzindo o palavreado jurídico-legal, se traduzirá numa quebra de 60% nas receitas dos parcómetros. Verba, até agora, açambarcada na totalidade pela CMV.  

Reagindo de imediato, o vereador- chanceler (personagem de fino trato, reconhecida pelo seu comedimento e urbanidade), além de proclamar que essa decisão é “um autêntico roubo” (falta saber se maior ou menor que o aumento das tarifas da Vimágua), enviou aos seus colegas da edilidade para aprovação uma série de propostas visando combater essa quebra de receitas. O pacote do machado, como é conhecido, reza assim:
  • Instalação de parques de estacionamento fechados e pagos, controlados por funcionários municipais, em todos os locais do concelho com capacidade para albergar mais de 5 automóveis. 
  • Introdução de uma nova taxa incidindo sobre o estacionamento de veículos em garagens e aparcamentos particulares.

§ Estão isentos de pagamento os veículos municipais ou equiparados. Por exemplo, as viaturas particulares dos vereadores, presidentes de junta e outros que costumam estacionar em locais proibidos, como sejam, o interior da praça ou em cima dos passeios. 


  • Cobrança de portagem (ou o que lhe queiram chamar) a todos os veículos que circulem nas novas rotundas.

§ Estão isentos, além dos veículos referidos no número anterior, todos os automóveis que se dirijam às discotecas e bares existentes na cidade e arredores, dado o manifesto interesse que esses locais representam para a dinamização do turismo local.


  • Obrigação de pedido de licenciamento e taxação de todas as manifestações que impliquem a ocupação das vias públicas e envolvam mais de 3 veículos e/ou participantes, tais como: exibições de ciclismo e atletismo, desfiles motards, festejos de campeão, cortejos de casamento, procissões, funerais, e outras a definir oportunamente.

§ Excluem-se das obrigações exaradas neste artigo, o cortejo “Vizela dos Tempos Idos”, assim como todas as marchas, desfiles e actividades que venham a fazer parte do programa das Festas da Cidade, dado o valor eminentemente cultural das mesmas.


Uma outra proposta, sugerindo a aplicação de um imposto sobre as receitas do folar e da oferta aos sacerdotes das paróquias do concelho e usual nesta época de Páscoa, foi retirada após o Padre Constantino ter manifestado o seu desagrado com a aplicação de tal medida. O sacerdote ameaçou mesmo devolver a medalha de ouro municipal que recentemente lhe foi atribuída, assim como declinar no futuro todos os convites para inaugurações, cerimónias para que é sempre requisitado unicamente com a finalidade de benzer as instalações.

NOTA- A base da notícia fundamenta-se num artigo publicado pelo RV Jornal na sua edição de 22-04-11. Como é correcto, e é meu costume, aspei devidamente todas as afirmações retiradas dessa fonte.
Aproveitei apenas para corrigir o nome do provedor (Alfredo José de Sousa) que a jornalista que assina o artigo, talvez por analogia semântica com o seu próprio nome, deturpou. 

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21 de abril de 2011

Infias - cemitério lotado, proibido morrer?

Instado a comentar o título com que no site da RV se resume a última Assembleia de Freguesia de Infias, o presidente da Junta, embora discorde do estilo redutor e alarmista, reconhece ser verídico, no essencial, o conteúdo da frase. E aproveitando a oportunidade faz um apelo aos seus fregueses para que evitem morrer – “só o fazendo em caso de extrema necessidade”- enquanto a CMV não proceder à projectada construção de jazigos no cemitério da freguesia, que, ainda de acordo com a notícia, está com a “lotação esgotada”.

 “Caso não seja de todo possível evitar o fatal desenlace”- acrescenta o presidente - devem os infienses ou as respectivas famílias, avisar com a antecedência mínima de uma semana para que sejam tomadas as devidas previdências”. Que, ao que apurei, não passam pela instalação de um crematório, nem pela acomodação dos finados nos cemitérios vizinhos, porquanto se sabe como os defuntos são ciosos em relação à qualidade do lugar que lhes destinam para o eterno repouso.

Refere ainda o presidente, que lamenta todo este imbróglio, que para além de incómodo é caricato, mas que a haver responsabilidade pela lamentável falta de sepulturas, essa não pode nem deve ser imputada ao seu elenco. Alertou em devido tempo a CMV para a situação, mas parece que a celebre divisa do marquês de Pombal de “cuidar dos vivos e enterrar os mortos” tarda em ser adoptada pelo executivo municipal.

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14 de abril de 2011

Descobrir Vizela

Hoje publico um excerto de um conto candidato ao concurso literário “Descobrir Vizela. Foi escrito por um jovem de 13 anos. Curiosamente a idade do nosso jovem município. E acreditem no que vos digo: o rapaz vai longe. Tem jeito, o pequeno! Pode não arrecadar os 500 euros do prémio mas, ou muito me engano, ou vai arranjar um bom emprego quando atingir a idade adulta. E com 20 valores na prova de selecção.

"Vizela é uma terra muito bonita. E muito boa para nela se viver. Dantes não era assim. No tempo em que Guimarães mandava, as pessoas em Vizela eram muito infelizes.
Dizem os meus pais que nos chamavam a risca ao meio. Só havia uma rua e era muita confusão. As pessoas e os carros tinham que andar muito devagarinho. Agora não. Construíram-se muitas ruas e rotundas que no Natal quando estão iluminadas fazem um vistão, e até se teve que pôr lombas nas estradas para os carros circularem devagar. E há muitos carros. Tantos que até se puseram parquímetros em todas as ruas para não os deixar estacionar.
Também só havia um Banco. Agora há muitos bancos e muitas caixas multibanco. Por isso é que há menos dinheiro – as pessoas estão sempre a levantar notas. (…)
Agora temos tudo o que é preciso. Temos uma Câmara, discotecas, bares, temos o Minipreço, o Pingo Doce e o Intermarché, e muitas casas, tantas que algumas ainda estão vazias. 
Para fazer compras não precisamos de nos deslocar. Só no princípio do mês é que vamos de carro passear a Guimarães. E os meus pais compram-me um happy meal no Macdonalds. É pena não haver Macdonalds em Vizela. Mas o meu pai garante que já não deve faltar muito. 
Nos outros domingos vamos passear para o Forúm que é um espaço que nem Guimarães tem. Com lindos jardins, com bancos e esplanadas e muitas lojas. Algumas estão sempre a mudar de ramo. No Inverno é que é um bocado frio.(…)
Quando a minha tia foi operada fomos algumas vezes vê-la a RibaD’Ave. E o meu pai chateava-se sempre e dizia que era uma vergonha o nosso hospital estar fechado. E ainda ficou mais chateado quando a fomos levar a casa, em Tagilde. O meu pai até disse que a estrada parecia um caminho de cabras e ia-lhe dar cabo da suspensão do Honda. Isso deve ser culpa dos que mandavam antes em Vizela. (…)
Há muitas coisas novas em Vizela. E tudo o que é velho está-se a deitar abaixo. Deitaram-se abaixo as fábricas que já não trabalhavam e algumas casas à beira do rio. As pessoas que trabalhavam nas fábricas agora passam o tempo na praça. A apanhar sol, a contar histórias e a fazer o lugar dos pombos. Estes mudaram-se para o hotel Sul-Americano que fechou. Foi uma maldade de uns senhores do Porto, que fecharam também o balneário termal. Até parece que ninguém gosta de nós! O que vale é que agora temos uma Câmara que defende os nossos interesses. E o Sr. Presidente até já foi umas quantas vezes a Lisboa para se reunir com os amigos do Governo. Só que ainda não conseguiu as chaves. Também a Oposição, que são uns malandros, deitaram abaixo o Governo e agora ninguém pode abrir as termas. O balneário também já é um bocado antigo e só para lá iam velhotes com reumatismo. O meu pai diz que mais vale aterrar aquilo e fazer um shopping-  “que o que é preciso é arranjar empregos.”
E já podemos entrar no parque de graça. Dantes tinha que se pagar bilhete à entrada só para ver árvores. Agora tem o chalé e uma esplanada onde se podem comprar gelados e beber Coca-Cola. Também se pode andar de barco no rio. Mas isso é perigoso - diz a minha mãe - deviam era pôr mais baloiços e saltaricos para os miúdos.
Dizem até que no próximo Verão já vamos ter uma praia. E vamos poder desfrutar do rio que já não é tão vermelho. Eu já ando na natação mas é em Guimarães, no Multiusos. Em Vizela também temos um Multiusos, que dantes não tínhamos, mas é só para as festas. (…)
Agora há muitas escolas. Dantes tínhamos que ir estudar para Guimarães. A minha escola é nova. O meu pai leva-me todos os dias de carro. Fica-lhe em caminho. Até porque ele diz que os acessos são esquisitos; “mas temos que dar tempo ao tempo. Roma não se fez num dia”. 
Eu não gosto muito de Roma, pelas fotografias que vi. Tem monumentos muito antigos. E não acho que fiquem bem numa cidade moderna. Tenho a certeza que se fosse em Vizela já tinham sido deitados baixo."

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9 de abril de 2011

MMM - o décimo oitavo passageiro

Depois de no passado domingo ter ensaiado sem sucesso Ricardo Jorge como defesa central, o técnico do FCV, numa manobra táctica que tem tanto de inédita como de espectacular, e em sintonia com o presidente do clube, convocou MMM para integrar a comitiva que levou hoje à Madeira, para defrontar o Pontassolense. Para isso, RD baseou-se num antigo relatório existente no departamento de futebol que descreve MMM como sendo capaz de “desviar bolas da baliza com o microfone”.
E a precisar de pontos, como de pão para a boca, para garantir a manutenção, o técnico agradeceu aos deuses tal oferta e nem hesitou.

MM, que teve uma breve e promissora carreira futebolística, como gosta de recordar nos seus editoriais, mas cujo estilo molengão o obrigou a tomar outros rumos, também não se fez rogado. E em troca prometeu dedicação e servilismo. Pelo menos enquanto as referidas pessoas se mantiverem à frente dos destinos do Vizela.

O jocoso gazeteiro, que, como é seu timbre, gosta de cultivar relações cordiais e comerciais com os presidentes de todas as colectividades e instituições, com os quais não se importa de ser visto a conviver e a celebrar, aproveitará certamente a estadia na ilha para estreitar relações com a população local e poderá mesmo surpreender o vasto auditório da RV com um entrevista em directo ao presidente Jardim ou à nova estrela saída das presidenciais, o impagável JMCoelho.  

Falta apurar em que a forma física se irá apresentar o repórter depois de uma semana repleta de eventos festivos. Na passada terça-feira teve a tertúlia habitual na Marisqueira, na quarta esteve em Santa Eulália lado a lado com o presidente Meireles na festa da proclamação do estatuto de vila da localidade e na quinta, presumo, celebrou condignamente o sucesso histórico dos clubes portugueses na liga Europa.

Por isso constitui uma incógnita saber que função lhe irá destinar o técnico, para o jogo. Até porque MM não aparece na lista oficial de convocados. Decerto com o intuito de surpreender e confundir o adversário.

Fiquemos atentos. Domingo, a tarde desportiva da RV irá, certamente, esclarecer-nos.

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Fifão – o novo enigma de Vizela

Malaca Casteleiro, talvez o mais reputado linguista português, deslocou-se na passada semana a Vizela para estudar in loco a origem e o significado do vocábulo “fifão”. 
 
Relembro que esta palavra foi usada numa das últimas reuniões de câmara, por um vereador da coligação dirigindo-se a um membro do público. Que posteriormente veio a saber tratar-se do deputado e líder da bancada parlamentar do PS Vizela. E ainda que ninguém conheça a verdadeira acepção do termo, talvez o tom e o contexto em que foi usado, deu azo a que o referido deputado respondesse com um inflamado comentário (como é seu timbre) em defesa da honra. O que nos leva a pensar que o termo deve ter um sentido insultuoso. Ou talvez não. E nesse caso a reacção se deva a manifesta ignorância. A ser assim, também o digníssimo presidente, Dr. Cocharra, sofre do mesmo mal. Porque ao dar permissão para a lavagem da honra ao deputado atingido, ou teve receio de parecer inculto ou revela conhecimentos linguísticos que nos ultrapassam. E ultrapassam todos os catedráticos e especialistas da língua portuguesa.

Alertada para a polémica, a Academia das Ciências de Lisboa decidiu não se pronunciar, sem antes proceder a um apurado estudo para a investigação do neologismo. Para o efeito foi nomeada uma comissão de que Malaca Casteleiro é presidente e que integra também representantes da Academia Brasileira das Letras e dos vários estados em que se fala a língua portuguesa, para aprofundar o assunto. E quiçá, poder integrar o vocábulo no novo dicionário da Língua Portuguesa que se encontra em preparação, já de acordo com as regras do novo acordo ortográfico.

Embora a comissão seja completamente independente e esteja à margem da polémica e das intrigas locais, o secretariado do partido rosa insurgiu-se e acusou a oposição de, mais uma vez, concorrer para a enegrecer o nome da terra. E ameaçou consultar Edite Estrela sobre o assunto se as conclusões da comissão não forem do seu total agrado.

Quem também não vê com bons olhos tal iniciativa, e já reagiu em nome pessoal, é o dito cujo deputado que revelou a intenção de interpor uma providência cautelar para reverter o processo, temendo, certamente, a futura associação do termo à sua ilustre pessoa.
Com o propósito de ajudar a comissão a destrinçar o significado da palavra, proponho aos meus leitores um pequeno jogo. 
Trata-se de participar numa sondagem onde cada um pode dar um palpite que ajude a definir o significado da locução:

a) Pessoa idónea

b) Vaidoso, petulante

c) Fala-barato, linguarudo

d) Sacripanta

e) Maquiavélico

f) Respeitável defensor da coisa pública

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4 de abril de 2011

Edifício-sede do Município pode virar hotel de 5 estrelas




De forma a combater o deficit orçamental, que no entender de alguns técnicos, só encontra paralelo no naufrágio das finanças do estado, a CMV está prestes a avançar para mais uma PPP (parceria público-privada) visando transformar o edifício-sede do município numa moderna unidade hoteleira. 

Uma fonte do interior da Câmara e naturalmente bem-informada, que aliciei e me custou três finos e uma francesinha no Pingarelho (sim, que a Clarinha anda à caça das notícias e não espera no estúdio que elas caiam do céu) garantiu-me que a ideia tem pernas para andar e que até teve origem numa recente reunião da Comissão de Economia da AR. E passo a citar: “ deve ter sido uma sugestão do Tozé (Seguro, penso eu); é que não estou a ver o nosso presidente a ter uma inspiração dessas.”

Na conversa que acompanhou o repasto, consegui apurar que, no regresso, o presidente voltou a reunir-se com o grupo espanhol com o qual mantém estreitas ligações iniciadas com o negócio das Termas e parece que as negociações estão bem encaminhadas. DC ainda propôs a compra do castelo, proposta declinada de imediato pelo representante do grupo nos seguintes termos: “ya tenéis un hotel para palomas. Dejad este otro para los ratones”.

Com esta iniciativa o executivo pretende matar vários coelhos de uma só cajadada. Ou melhor dizendo tirar várias pedras do sapato do presidente que o atormentam e o impedem de gozar devidamente o estatuto a que se alcandorou: 

- É uma forma de compensar o citado grupo pelo malogro do acordo sobre as termas dissipando assim o mal-estar que subsiste entre as partes.

- Permitirá partilhar o filão que o milhão e meio de visitantes previstos para 2012 à capital europeia de cultura de que os nossos vizinhos de Guimarães vão ser anfitriões, pode vir a constituir em termos turísticos. Oferecendo-lhes mais uma opção de alojamento e associando-se de certa maneira ao evento. 

Embora a cultura não seja uma área muito cara ao nosso executivo, este não quererá enjeitar a oportunidade de se auto-promover e de ganhar uns cobres. 

- Paga a dívida aos empreiteiros. Em géneros. Estes aceitam acabar o exterior e remodelar todo o interior do edifício, impreterivelmente até Dezembro de 2011, procedendo às necessárias alterações que a mudança de ramo exige. Recebem, em troca, a cedência dos direitos de exploração das lojas e três suites executivas, no último andar, pelo prazo de 15 anos.

Brevemente esta proposta vai ser apresentada em reunião de Câmara.

Falta conhecer o montante das verbas envolvidas. E saber como vai reagir a coligação que contava ocupar o espaço já a partir de 2013.

Nota de rodapé: a foto foi retirada do blogue "Ruptura Vizela".Usei-a como pagamento pelos posts que o autor me tem "roubado". Eventuais direitos de autor sobre a imagem tem que ser exigidos ao prof . José Manuel Faria. Ok?

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O regresso da Clarinha

Ainda a recuperar de uma depressão provocada pela maliciosa campanha contra mim, eu estou de volta. E interrogo-me que mente perversa, só para me intimidar, se lembraria de desenterrar uma fase da minha vida tão vexatória. E que tantos traumas deixou. “Clarinha, a toupeira, quatro-olhos, a choninhas da fila da frente, a papa ranho, pé de chumbo”, tudo alcunhas maldosas de que eu já nem me lembrava e que tantas lágrimas me custaram, tantas humilhações me provocaram… E quantas sessões em anos de terapia não foram precisas para as sublimar.

E que agora me valeram este tempo de afastamento dos meus fiéis leitores. 

Mas regresso com ganas de compensar o tempo perdido. Quatro meses. Até nisso fui grande! O tempo médio de recuperação de depressões neste país é de cerca de 6 anos, de acordo com um estudo elaborado pelo SNS. Mas todos sabemos o que valem os relatórios, estudos e estatísticas neste país: pouca fiabilidade e credibilidade nula. Se fizéssemos fé nos relatórios do governo nem sentíamos a crise. 

E o que é a minha crise comparada à crise geral que afecta o país e o mundo? Numa altura crucial para o destino da pátria, num tempo em que se joga aos dados por essa Europa fora a sorte do meu país e a sua existência como estado soberano, eu quero estar alerta e consciente. A voz livre, incómoda e estridente da Clarinha far-se-á ouvir. Como uma trombeta celestial a exortar os infiéis ao arrependimento, e os justos à penitência e à austeridade.

Voltando ao meu caso, sinto-me melhor mas passei a contribuir para o aumento do consumo de anti-depressivos neste país de faz-de-conta. Por ordem do médico de família que me obriga a consultá-lo de 3 em 3 meses e unicamente para me assinar as receitas. 

Estou muitíssimo grata a todos os que ajudaram à minha recuperação, e não quero deixar passar a oportunidade de lhes agradecer publicamente: 

-ao meu marido, meu esteio, minha barra no ballet da vida, o amor e carinho infindáveis; 

-aos meus pais o dom da vida e a ajuda monetária sem a qual já teríamos devolvido a casa ao banco; 

-ao meu cão, a companhia e as brincadeiras que já me custaram 3 abat-jours, um sofá e uma cobertura de cama; 

-aos meus professores de português o apego à língua, as lições de gramática, e a aversão aos “Lusíadas” …

Oh, desculpem, a minha mente ainda não está perfeita e pensei que estava na cerimónia da entrega dos prémios da RV.

Finalmente, como foi revelada a minha verdadeira profissão, estou a pensar mudar o título do blogue para “pirouettes et battements”. 

Agora vejam as imagens e digam lá se não se trata de uma campanha despudorada e do mais baixo nível:



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