28 de novembro de 2011

Dupla derrota põe socialistas em estado de choque


Tirando a polémica em torno dos acidentes que ocorreram e que apesar do aparato com que foram noticiados, felizmente não provocaram vítimas mortais, a semana passada ficou marcada por uma dupla derrota do partido socialista, que deixou (ainda mais) deprimidos os adeptos locais. 

Não só DC e o seu executivo viram recusada a candidatura ao Provere Minho In, como também AJS não foi feliz na passagem por Vizela, tendo sido derrotado ao dominó na Casa do Povo. Se o fracasso do executivo municipal não provocou nos adeptos sobressaltos por aí além - até porque já é habitual, a derrota do líder nacional está a fazer mossa. E ameaça provocar imensa polémica nas hostes socialistas. 

Com efeito, o chumbo da candidatura aos fundos comunitários, apesar de colocar em risco a assinatura do acordo com a empresa espanhola para a reabertura das termas, é considerado apenas um fiasco relativo, porque a fazer fé nas palavras do presidente “haverá um plano B “ e todos lhe reconhecem capacidade dialéctica para dar a volta à situação. 
Mas no que toca ao dominó, a coisa pia mais fino. AJS que se deslocou a Vizela a fim de participar numa convenção autárquica promovida pala Concelhia de Vizela do partido, subordinada ao tema “Reforma da Administração Local", não se limitou a discursar e a criticar o governo como se lhe exigia e, no fim, decidiu-se por "ir ali jogar uma partida num instante”. Na qual, ao que parece, as pedras lhe foram adversas. Perante o olhar interessado de alguns clientes habituais e os trejeitos impacientes da comitiva, o homem lá foi jogando ou pelo menos colocando “as pedras no sítio certo”. 
Ainda que a cobertura do jogo não tenha a qualidade a que o DDV já nos habituou: ausência de relato dos pormenores do embate, falta de comentários de especialistas... – conclui-se, no plano final, que o par do qual o líder socialista fez parte, saiu derrotado. E isto é que não está a ser bem digerido por parte dos seus prosélitos. Como desabafou um simpatizante: “Porque não se limitou ele a distribuir os cumprimentos e os beijinhos da praxe? Que necessidade tinha de desafiar aquelas pessoas para uma partida?” “E agora veja lá o nosso problema, como iremos apresentar numa futura eleição, um candidato a primeiro-ministro que até perde ao dominó contra dois reformados?!”

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17 de novembro de 2011

Rua da Rainha novamente encerrada


A rua Dr. Pereira Caldas, por todos conhecida como Rua da Rainha, esteve hoje novamente encerrada ao trânsito.
Como volta e meia há festa na artéria, não foram poucas as pessoas que à vista do sinal, mal almoçaram, se postaram nas imediações a ver o que saía. Contudo para desilusão das dezenas de populares que aí acorreram na expectativa de mais um arraial, desta vez não se tratou de uma celebração mas de uma inundação. E a matéria do encerramento não foi o vinho mas a água.
Com efeito, e como é costume com as chuvas a sério, o regato, que atravessa a rua junto a um dos restaurantes, revolta-se e extravasa as margens que a oprimem – como no poema de Brecht- e arrasta cadeiras, mesas, panelas e o mais que encontra à sua passagem. Se bem que filosófica e sociologicamente (para não falar do plano urbanístico) esta analogia desse pano para mangas, parece que ninguém se deu ao trabalho de reflectir sobre o assunto. E a jornada foi encerrada com as doutas palavras de um transeunte, que ao ver a azáfama do dono do estabelecimento ao limpar os estragos, afirmou: “É uma pena! Como é possível que a natureza tão linda possa, às vezes, ser tão destruidora.” E depois de uma pausa, acrescentou: “ Sempre pensei que fosse um magusto. Umas castanhinhas e um vinhito novo até ajudavam a compor o estômago e a passar melhor a tarde…”
Refira-se apenas, para concluir, que não foram avistadas as personalidades do costume e os trabalhadores da CMV, que se encontravam a proceder ao arranjo, patentearam uma discrição absoluta, não se dispondo a posar para a câmara nem a conceder entrevistas. Nos antípodas do que é hábito suceder com os seus patrões.
.................................................................................................................................................................................................................... Queriam mais? Lamento... Hoje não há mais nada.
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14 de novembro de 2011

Made in Vizela



A ironia não é a verdade mas o caminho.

Pensei começar o texto com esta citação de Kirkegaard e, em seguida, desenvolver o relambório até completar um tratado acerca do humor. Humor, ironia, cómico… termos que usamos e de que abusamos no dia-a-dia sem nos preocuparmos com os verdadeiros conceitos que os estudiosos lhes atribuem. E, na verdade, que interesse tem para o homem comum preocupado com ao aumento do IVA e com o corte dos subsídios, viajar até à isabelina Inglaterra para descobrir que o humor começou por designar a alegria intima que produz no espírito o observar o mundo e a humanidade de um ponto de vista estritamente pessoal e pretensamente objectivo? E ir caminhando no tempo até descobrir, afinal, que o Humor consiste em pôr em evidência o nonsense e o absurdo dos factos considerados normais pela força do costume?

Que nos importa que “apesar de o humor ser largamente estudado, teorizado e discutido por filósofos e outros, permanece extraordinariamente difícil de definir, quer na sua vertente psicológica quer na sua expressão, como forma de arte e de pensamento” se o que nos interessa é dedicarmo-nos a descobrir uma solução que nos permita pagar à banca as prestações de Dezembro e uma maneira de desencantar a massa para viajarmos até Punta Cana no próximo Verão?

Porque é que havemos de voltar à Antiguidade Clássica para tentar perceber as origens e a definição primeira da Ironia pela voz de Sócrates, quando nem podemos ouvir falar do seu homónimo luso que nos colocou a cabeça no cepo, e muito menos na Grécia que ameaça arrastar-nos para o abismo pós-euro?

Então pensei melhor: como este espaço é mais vocacionado para a sátira do que para a pedagogia, apaguei as frases bonitas e bem estruturadas e que me haviam custado pra cima de 3 horas em consultas e reflexão e mudei de rumo. Pois a nós, gente comum, o que realmente importa é o resultado desses artifícios, isto é, tudo aquilo que nos diverte e é passível de nos provocar umas boas gargalhadas para desopilar e esquecer a crise. Assim sendo, porque uma imagem vale mais que mil palavras, decidi, por uma vez, abdicar dos meus princípios e pôr no ar um exemplo do humor refinado e subtil. Ainda por cima feito cá na terra. Pois ao que parece, é disto que o meu povo gosta e que, se calhar, espera de mim.

E mais! Quem sabe, desta maneira, eu possa aspirar, enfim, a um lugar de destaque no ranking das audiências? Animada na presunção de que os milhares de espectadores que encheram o recinto pretendam recordar a noite memorável que viveram, estou com fé de que o contador de visitas do L&T, nos próximos dias, atinja um pico record. E, embora não faça muita questão, tenho a secreta esperança de um dia poder afirmar que o meu blogue teve mais visitas do que o blogue do vizinho – como, de resto, está na moda.
P.S. - Este post tem como especial destinatário um leitor (e comentador anónimo) de um outro blogue, que se queixou de não perceber a minha “ironia rebuscada”. Espero que goste e se divirta com o vídeo da pequena amostra do humor feito em Vizela, que lhe dedico especialmente. Embora tenha a certeza de que ele se encontrava entre a multidão anónima que delirou com o show e, até aposto, foi um dos que mais palminhas bateu. 

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7 de novembro de 2011

PDM de Vizela - A Longa Marcha *

No Ruptura, o professor já tinha notado: “Finalmente após as férias a política pura voltou à cidade termal: comunicados, conferências de imprensa, reptos, gafes, acusações (políticas) de ambos os lados, criticas sobre plágios, desmentidos, dúvidas sobre prováveis contratualizações, ilegalidades versus legalidades, reuniões institucionais com sumo político, troca de “galhardetes” entre protagonistas, quer dizer…temos assunto…”

E o assunto continua a dar pano para mangas…

Depois de na conferência de imprensa da concelhia, os socialistas acusarem a coligação de querer ensombrar o bom trabalho do PS, o presidente, numa atitude inaudita, decidiu facultar à coligação a tarefa de rever e corrigir o PDM. E apresentar à votação a sua versão definitiva. Numa mensagem difundida através da página do facebook do partido (que ressuscitou há cerca de um mês de um longo período catatónico) o edil lembra que “estimular a participação é a melhor forma de governação” e nesse sentido irá convidar os vereadores da coligação a assumirem as tarefas de revisão e de correcção dos erros que detectaram no documento. E de forma a torná-lo verdadeiramente um “instrumento de planeamento territorial de âmbito municipal, que estabelece a estratégia de desenvolvimento territorial, a politica municipal de ordenamento do território e as demais políticas urbanas”, como se pretende.
Em privado, o presidente confessou aos seus correligionários que “sempre quer ver como eles se vão desemerdar”… “ estou fartinho de os ouvir falar, sempre a criticar, sempre a reprovar aquilo que faço… está na hora de mostrar o que valem, aqueles papagaios…”

Um dos papagaios, perdão, um dos membros da referida força política, reagiu de imediato e chegou mesmo a afirmar que “se o executivo com todos os meios de que dispôs, demorou 10 anos a apresentar o documento, será justo dar, pelo menos, outro tanto tempo à oposição para ler, estudar, avaliar, rever, corrigir e completar o processo. Até porque todos têm os seus empregos e ler aquele calhamaço todo nos seus tempos livres não é tarefa fácil. Ora isto situar-nos-á lá para perto do ano 2020 e não temos a certeza de, se por essa altura, ainda existiremos como nação quanto mais como concelho... Por outro lado, teríamos agora que aturar a impaciência da população que, de tanto se apregoar o PDM, deve julgar que se trata de um banco com a saída para a crise ou de euromilhões em ponto pequeno.” E talvez seja – digo eu - mas só para alguns.

O líder da coligação, mais ponderado e sem sequer convocar a habitual conferência de imprensa, respondeu, com as mesmas palavras que usou para comentar o pedido que lhe fez a vereaDora de exercer influências junto do governo para facilitar a PPP luso-espanhola : “A Câmara tem as suas competências, tal como o Governo. O que a Câmara tem de fazer nesta altura é apresentar o processo devidamente formulado para que seja aprovado. Mas se for necessária a intervenção do partido nesta matéria estaremos, como sempre, disponíveis para ajudar”. Isto é, nim. ML ressalvou, no entanto que, como é costume, a "resposta oficial da coligação a esta matéria virá a público mais à frente."

Enquanto os apoiantes do partido socialista, em campanha, apregoam nos cafés a magnanimidade e a nobreza do gesto do presidente, revelador da sua modéstia e do seu desprendimento, o nosso professor marcelo do Bica Quente definiu-o antes “como uma hábil jogada política, virando o feitiço contra o feiticeiro e bem capaz de descredibilizar e deitar por terra estratégia da oposição de uma vez por todas.” “O que, de resto, seria muito bem feito”, acrescenta no seu estilo imparcial e comedido. 

DC, no entanto, começa a demonstrar sinais de cansaço. E consta que transmitiu a um amigo a sua intenção de abandonar as funções políticas no final do mandato para se dedicar a outras missões: “Já deixei a minha marca. Agora quero completar o meu sonho de menino, ser presidente sim, mas da casa do Benfica.” Mas só, e segundo a mesma fonte, se lhe for permitido continuar a estacionar a sua viatura no parque da câmara. E colocarem um busto seu ao lado do do Dr. Abílio Torres, em frente ao balneário termal.

*A Longa Marcha é o mito fundador da China de (quem é que havia de ser?) Mao Tse Tung.

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