7 de outubro de 2011

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce…” - A propósito do aniversário do DDV


O DDV fez 7 anos de vida e o L&T associa-se à festa e endereça ao seu Fundador, Director e proprietário muitas felicidades e muitos anos de vida. Como não podia deixar de ser, que nós, os escrevedores, temos de ser uns para os outros. E, se não ajudei a soprar as velas, não quero deixar de o parabentear, dedicando-lhe alguns versos de um poema, entremeados pelo texto.

Podem acusar a Clarinha de muitas coisas, nunca de ser ingrata (quantas vezes não bebi nas páginas cristalinas do DDV a inspiração para os meus pobres posts). Quanto do que eu escrevo não é uma réplica ou uma imitação do humor marquesiano? Ensinaram-me de muito nova que não se deve cuspir no prato em que se come (neste caso, na taça onde se bebe), eu faço por cumprir. E, agradecida, fico feliz com o sucesso dos outros.

“Nem tenho versos, cedro desmedido/da pequena floresta portuguesa…”

Aquietada, após saber que neste ofício não há concorrência, e que sobra espaço para todos, porque não há dois órgãos iguais, a Clarinha sente-se, de alguma maneira, realizada por contribuir, também ela, para o progresso da sua terra. Possivelmente não o fará da maneira mais correcta, louvando e agradecendo a torto e a direito (pois só deve lealdade aos seus casuais leitores), mas, quem sabe, talvez provoque neles um sorriso e dizem que o riso é a distância mais curta entre as pessoas. E, se não consegue chegar a todo o mundo, ao menos que divirta os poucos infelizes que a lêem.

“Nem tenho versos, de tão comovido/Que fico a olhar de longe tal grandeza.”

No dia do aniversário, o amigo Marques esteve em Santa Eulália a acompanhar e a transmitir para todos os leitores o relato online do jogo do CCD. Passo a passo, jogada a jogada, golo a golo, lá fomos vibrando, torcendo e sofrendo pelo clube, rumo à vitória. Como se estivéssemos a assistir ao vivo. Melhor ainda, porque nos livramos de ouvir os impropérios e de engolir o pó que o campo de jogos ainda solta. Mas que para o ano, graças ao sonho de muitos e ao esforço de alguns (e à contribuição de nós todos) deixará de soltar, após ser instalado o sintético.

“Quem te pode cantar, depois do canto/que deste à pátria, que to não merece? …”

E a trabalhar esforçadamente, festejou o aniversário do “filho”. Afastado da família com quem gostaria, certamente, de partilhar este êxito pessoal, na calma e aconchego do lar, mas imbuído do espírito de missão que o obriga a calcorrear o país (tanto o leva a Trás-os-Montes como ao Alentejo ou à Madeira, à tasca mais humilde ou ao hotel mais luxuoso) à procura de informações. E isto sim (digo eu!), isto é serviço público. Não é como a rádio Vizela, onde ficam à espera que as notícias lhes caiam do céu para o estúdio, e as vão actualizando quando lhes apetece, às vezes com um ou dois dias de atraso. Para não falar de outros, que mais não conseguiram do que uma página no Facebook...

E, por falar em RV, desculpem se me estou a intrometer nas funções de director, mas este repórter está subaproveitado. Um homem que é tu-cá-tu-lá com presidentes, ex-presidentes e outros (tu)barões cá do sítio, não pode ficar limitado a contar anedotas nem circunscrito à Praga da República. Merece mais, muito mais! Como prova o sucesso do seu projecto a solo.

“Chamar-te génio é justo, mas é pouco…”

O sucesso de algo revela-se, não apenas, na soma das suas partes, mas, e sobretudo, quando a obra ultrapassa o autor. E embora o DDV e o Marques se confundam, o jornal online atinge (hoje) zonas e populações que nem o autor ousaria sonhar. E, se nem sempre, a popularidade é sinónimo de qualidade, que melhor barómetro existe para avaliar os termos do sucesso?

“Chamar-te herói, é dar-te um só poder”

Pois, que continue a escrever, é o que lhe desejo. Não como um auto-de-fé (cruzes canhoto! não estamos nesse tempo… se bem que outros Torquemadas se adivinhem…), mas antes como um acto de amor ou uma arma de arremesso. E que o nosso querido DDV continue (não só outros sete anos mas setenta vezes sete, como diz na Bíblia) a ser o arauto da boa nova. E, é claro, consigo a director. Não abdique. Se é contra o aborto não pode ser a favor da cedência da responsabilidade do poder paternal.

“Sirva, pois, de poema este respeito/que te devo e professo…”

Mas se tiver que ser (por vontade própria ou por pressão externa), o importante é que consigo ou sensigo o rio continue a correr. Que não tenha o destino do outro (o nosso Vizela) que tão bem cantou e imortalizou em vídeos e fotos de uma beleza (e tranquilidade) sem igual. Cujas águas (outrora cristalinas) e agora "sangrentas, revoltadas, (como que) gritam a Deus a bênção de uma fonte!" Isto é, da chuva ou de um milagre...

 PS: Este post, por razões técnicas a que a autora é alheia, e que não interessam para o caso, saiu com algum atraso em relação ao previsto, e à data que se impunha. Por esse motivo, peço desculpa e a compreensão, não só do aniversariante mas também dos meus possíveis leitores. 
Tentei, em jeito de obséquio, escrever este prolixo texto a plagiar o estilo ligeiro e parentético do homenageado. Se o consegui ou não, é secundário. Eu fiz o que pude, mas estou ciente das minhas limitações e, na minha humildade, sei reconhecer que o talento não é para todos. 
“…O sol da inspiração que acendo e que levanto/chega aos teus pés e como que arrefece.”

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