23 de outubro de 2011

Rotary Club de Vizela quer instituir o Dia da Reconciliação Local


Por iniciativa do Rotary Club, uma instituição especialista na defesa das nobres causas, aguarda-se para breve a realização na nossa cidade do dia de reconciliação local. Importada de Angola, onde alguns dos nossos empresários construíram carreiras de sucesso, a celebração visa, nas palavras do companheiro-promotor, “ultrapassar diferendos, sanar divergências e resolver questiúnculas que ameaçam a unidade vizelense e se têm revelado nefastas para o desenvolvimento local.” E acrescenta, citando Rui Veloso, “temos a certeza que muito mais é o que nos une, que aquilo que nos separa.”


Na reunião da passada quarta-feira, discutiu-se o assunto mas ainda não há conclusões. Não só quanto à data, como quanto à forma de que se deve revestir a festa. Um companheiro, ligado à coligação, fez saber que se ocorrer num dia de semana, não vão poder participar, porque fazendo suas, as doutas palavras do seu líder: “Os vereadores da Coligação não podem estar presente em iniciativas que se realizam em dias de trabalho. Temos as limitações próprias de quem trabalha e tem um horário de trabalho.” 

“Ora, como pretendemos obter a mais ampla participação, tentaremos escolher um dia que permita a todos a sua celebração. Já sondámos o presidente da câmara que se mostrou receptivo para, em qualquer data, encerrar as ruas necessárias e pelo tempo que for preciso” – acrescentou o companheiro.


Também quanto à forma de comemorar há várias hipóteses (literalmente) em cima da mesa.
Houve quem propusesse um desfile conjunto de fanfarras, quem alvitrasse um lanchão (lanche gigante) no parque, composto de bolinhol e do famoso vinho apadrinhado pela nossa câmara, até houve quem se sugerisse uma caçada em conjunto aos pombos do hotel. No entanto, a hipótese que, no momento, reúne mais consenso, é a de uma marcha (lenta, como convém) pelas ruas da cidade, seguida de um banho – uma espécie de baptismo - nas águas da nova praia fluvial. Que, a acreditar na versão oficial, lá para Dezembro, estando o bar concluído, a eficácia do sistema de tratamento de águas rectificada -e mantendo-se a alta de temperaturas, anormal para a época do ano - deve estar na plenitude de condições e, inclusive, já deve ter a bandeira azul. 


No desfile marchariam todos os indivíduos ou representantes das forças da terra, que por uma razão ou por outra, se encontram desavindos e que por sua livre e espontânea vontade, aproveitariam a iniciativa para pôr fim aos respectivos diferendos, demonstrando, para todo o mundo, a fraternidade que caracteriza as gentes de Vizela. E que os desacordos são apenas pontuais e não passam de pequenos fait-divers.

Isto, sim, seria bonito de ver! Não apenas o mergulho suicida, mas também o ensejo de testemunhar o espectáculo que seria ver o Dinis e o Miguel ( e quiçá, o João António e o António Manuel, o Alberto Fernando e o Paulo Alexandre, o P. Machado e o Arménio Costa, e tantos outros, meu Deus!, que até lhes perdi a conta!) a sorrir, de braço dado, e a atirar beijinhos à populaça.

Entretanto, apurei que secreta e paralelamente, está em preparação uma manifestação de ex-trabalhadores das Sedas, do Varela Pinto, da Caravela, da Garça, do Gui, e de outras empresas extintas e/ou refundadas, os quais, por se terem contentado com “o pão-nosso de cada dia”, ou antes, "com o pão que o diabo amassou", ainda estão à espera de ver devidamente reconhecido o contributo que deram para o desenvolvimento desta terra.

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