31 de dezembro de 2011

Missa de Réquiem nas celebrações do 73.º aniversário do FCVizela


“Considerando que após a venda da sede nem sítio temos para hastear a bandeira, considerando o estado actual do clube, que não dá nem para fazer cantar um cego, considerando que estamos farto das promessas de apoio que não resultam em nada, os membros da CA do FCV convidam todos os associados, simpatizantes e público em geral a associarem-se à celebração de missa de réquiem pelo clube que terá lugar no próximo dia 1 de Janeiro, pelas 18:30 horas na Igreja de S. Miguel.
Esta será a forma mais apropriada, entendemos nós, para dar início às celebrações do 73.º aniversário do Clube”.
Foi com este breve comunicado lido aos microfones de uma estação de rádio, que o dr. Eduardo Guimarães anunciou a passagem de mais um aniversário do clube. E simultaneamente o desencanto que o leva a pensar  bater com a porta.

Mas o ainda o líder da CA acrescentou que nesse dia, ou noutro a combinar, se manterá a tradicional romagem aos cemitérios para prestar homenagem aos sócios falecidos. 

Até porque, como as portas deste mundo teimam em fecharem-se-lhe na cara, talvez não lhe reste outra alternativa senão procurar no Além a solução para o impasse a que o clube chegou. 
Porque enquanto espera e desespera que a Câmara liberte as verbas em falta, o presidente vê os cofres esvaziarem-se mas em compensação vê a caixa postal encher-se com sms e ameaças dos credores que o fazem perder a compostura e a habitual paciência.

Entretanto, e enquanto não se descobre uma solução, os funcionários, aflitos, não sabem se devem juntar-se aos das Termas nas manifestações ou aguardar pacientemente a chegada de mais um D. Sebastião. E alguns vão procurando saídas. Um deles, sei-o de fonte certa, já solicitou a transferência para a casa dos dragões de Vizela. Mas, pelo que consegui apurar, a acontecer, esta mudança não será tão pacífica como a da equipa de atletismo, porque a sede dos dragões não possui de momento qualquer gabinete livre onde o cobrador se possa instalar e aí treinar para as próximas olimpíadas de dominó. 

Acrescente-se que também a RV se associa à efeméride, da qual promete fazer a cobertura integral e directa. Para além disso, tem programado para o sábado seguinte um Especial Informação super-especial onde se procederá à autópsia do defunto. Ou seja, um painel de comentadores encartados analisará as causas e os motivos que levaram a tão funesto desenlace… para chegar às conclusões que são de todos conhecidas.
Agora, digo eu, convém que os últimos presidentes (e restantes dirigentes) esqueçam por uma vez as divergências, dêem as mãos, e compareçam em peso na missa para entoarem em coro o “requiem aeternam dona eis”.

P.S. - Este texto foi escrito antes da AG em que se discutiu o futuro directivo do “vizelinha”. Espero que se tenha encontrado uma solução. Para bem de todos. Em especial dos repórteres desportivos locais que de outro modo andarão como baratas tontas sem saber como ocupar o tempo aos fins-de-semana. Além de perderem os passeios à Madeira a que já estavam acostumados. 

Agora quero ler o resto!

24 de dezembro de 2011

Natal


Como é Natal e nas palavras de um grande poeta “ ...é dia de ser bom. / É dia de passar a mão pelo rosto das crianças, / de falar e de ouvir com mavioso tom, / de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças. / É dia de pensar nos outros - coitadinhos - nos que padecem, / de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria, / de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem, / de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria. / Comove tanta fraternidade universal…”,
 abro uma trégua para desejar a todos a paz, a abundância e a felicidade possíveis.

Segunda-feira volto a ser mázinha outra vez. Que bom!!!!
Agora quero ler o resto!

21 de dezembro de 2011

O pio do canário


Quando tudo indicava que a única preocupação, até final do ano, se resumiria a escolher entre o voto de louvor ou o saco de alpista para distinguir o mais recente campeão nacional vizelense ( o canário Classe E-262 – Gloster Corona Amarelo Nevado (com malha verde inferior a 25%), pertença do sr. Luís Silva, presidente do Clube Ornitológico de Vizela (COVIZ), eis que um novo e bicudo desafio se depara à nossa douta e municipal administração.


Um grupo de cidadãos mancomunados, impulsionados (presumo) por um comentário no site da RV (em 15/12/2011 19:23:59 | IP do Utilizador: 188.83.184.243, OS VIZELENSES GOSTARIAM QUE A RÁDIO VIZELA TRANSMITISSE AS ASSEMBLEIAS MUNICÍPAIS EM DIRECTO. DEIXO AQUI ESTA PROPOSTA???) decidiu organizar uma petição pública apelando “às instituições autárquicas de Vizela a aprovação da transmissão em directo pela Rádio Vizela das sessões ordinárias e extraordinárias da Assembleia Municipal.” Que se encontra no site http://www.peticaopublica.com/. Ao lado de outras tão louváveis e salutares como: “Contra o fecho da carreira 18E dos eléctricos”,”Pela Salvaguarda das Ondas do Paul do Mar contra a "Ligação Marginal entre o Cemitério e o Cais do Paul do Mar", “Viabilizar a “praça da Alameda” para o uso do skate”, “Contra a alimentação dos pombos na via pública”, “Queremos que o concerto dos LMFAO em vez de ser no Coliseu dos Recreios seja num local com mais lotação de pessoas”... Em democracia, o povo é quem mais ordena. Em teoria, claro, e nas letras das canções

Eu, Clarinha, não assinei. E passo a justificar: não é que aprove as cortinas de silêncio, temo é que a referida transmissão se torne um espectáculo ainda mais monótono que os relatos dos jogos do Vizela. Aliás, há uns tempos, pensei mesmo organizar uma petição ou uma queixa dirigida à DGE contra o excesso de decoro nas reuniões da assembleia Municipal, o que tem retirado brilho e entusiasmo às sessões. Habituada, desde a implantação do concelho, à linguagem terra a terra e aos apartes brejeiros do doutor Chico, é com verdadeira mágoa que venho assistindo ao declínio de um espectáculo outrora tão animado. As sessões tornaram-se cinzentas e desconsoladas e o que se assiste nos plenários da AM é verdadeiramente confrangedor: muito se-faz-favor, muito senhor-doutor, muito salamaleque, muita vaselina… Ora como eu deve haver mais gente que já sente saudades do estilo caceteiro e das caralhadas do anterior presidente.

Entretanto, sabe-se que, até ao momento, cerca de 100 pessoas assinaram a petição, incluindo vários membros dos partidos da oposição. Da maioria rosa é que não se vê nem sinal. Neste caso, o chefe é quem mais ordena. E como o dito cujo ainda não tomou qualquer posição, pública ou oficial, sobre o tema, ninguém avança e todos fazem por ignorar o assunto. Todos? Talvez nem todos. Consta para aí, que mesmo entre as hostes socialistas há um acérrimo defensor da iniciativa: nem mais nem menos que o próprio líder da bancada parlamentar. Não é que se mostre sensível aos argumentos dos subscritores nem porque acredite nestas “exigências populistas e demagógicas”. Nutre, porém, um doutoral anseio de ouvir a sua voz maviosa de barítono eclodir em cascatas de retórica nos transístores, por esse país adentro. 

Entrementes “a petição será entregue ao Dr. João Cocharra, Presidente da Assembleia na manhã de 27 de Dezembro”, para tentar que o assunto seja discutido na reunião do dia seguinte, e “com resultados positivos”. Mas então, pergunto eu, se têm tanta urgência porque não a entregam logo e directamente a quem vai decidir?

Agora quero ler o resto!

Vizela é fixe - já tem Ecocentro


Depois de ter proclamado oficialmente o fim da crise no nosso concelho (o qual aliás se tem sabido “implantar como um local de referência, mercê do trabalho, projectos credíveis, esforço e dedicação”), aparentemente devido à descoberta da receita mágica que consistiu em transformar o boletim municipal e a agenda cultural numa sandes mista, DC na apresentação do orçamento municipal para 2012 não fez a coisa por menos e prometeu uma obra por freguesia. Ignora-se se estaria já a contar com a reforma da administração local cuja aplicação em Vizela se resumiria a 2 ou 3 obras no máximo, mas a verdade é que os resultados já começaram a aparecer.

E a freguesia de Infias foi a feliz contemplada com a primeira pedra, perdão, com a primeira realização. Também, não se sabe ao certo se devido às abstenções do seu presidente de junta nas votações da assembleia- como insinua um blogue malévolo, ou porque as obras se irão desenrolar de norte para sul seguindo um critério geográfico paralelo e semelhante à via alternativa à EN 106.

Seja lá porque motivo for, a verdade é que o Ecocentro aí está. E que, a partir de agora, como consta da apresentação no portal da CMV, passa a servir “as cerca de 50 mil pessoas de Vizela e de parte da população de Guimarães”. Que, acrescenta o Presidente, dele “devem usar e abusar”para aí depositarem “os resíduos verdes plásticos, papel e cartão, metal, vidro, madeira, pilhas e acumuladores, monstros, resíduos de construção e demolição, lâmpadas fluorescentes e resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos”.

Isto é, Infias vê-se de um momento para o outro conhecida e convertida em lixeira municipal.

E das obras reclamadas, o alargamento do cemitério e a construção do novo campo de futebol, nem sinal - transferidas, mais uma vez, para as calendas gregas. O presidente da junta, coitado, conforma-se e pelo seu lado trata de proceder à limpeza de valetas e ao melhoramento dos sistemas de águas pluviais, enquanto aguarda um provimento de materiais e de boa vontade por parte da Câmara Municipal para as obras de maior empreitada. Sempre fustigado pelas críticas da oposição que tem na voz de uma simpática septuagenária a sua expressão mais ferina.

Quem não há maneira de se conformar é a presidente da CCRRB. Que um dia destes, no final de mais um jogo em terra estranha, confessou que se as coisas continuarem assim ainda acaba por pendurar as chuteiras. Desabafo captado pelo repórter marinho, um declarado apreciador dos dotes da presidenta, que na tentativa de a demover e ainda com o microfone aberto, exclamou para todo o vasto auditório:” Não faça isso, Zezinha. Com este areão todo, já viu o estado em que vão ficar os seus lindos pezinhos…”

Agora quero ler o resto!

28 de novembro de 2011

Dupla derrota põe socialistas em estado de choque


Tirando a polémica em torno dos acidentes que ocorreram e que apesar do aparato com que foram noticiados, felizmente não provocaram vítimas mortais, a semana passada ficou marcada por uma dupla derrota do partido socialista, que deixou (ainda mais) deprimidos os adeptos locais. 

Não só DC e o seu executivo viram recusada a candidatura ao Provere Minho In, como também AJS não foi feliz na passagem por Vizela, tendo sido derrotado ao dominó na Casa do Povo. Se o fracasso do executivo municipal não provocou nos adeptos sobressaltos por aí além - até porque já é habitual, a derrota do líder nacional está a fazer mossa. E ameaça provocar imensa polémica nas hostes socialistas. 

Com efeito, o chumbo da candidatura aos fundos comunitários, apesar de colocar em risco a assinatura do acordo com a empresa espanhola para a reabertura das termas, é considerado apenas um fiasco relativo, porque a fazer fé nas palavras do presidente “haverá um plano B “ e todos lhe reconhecem capacidade dialéctica para dar a volta à situação. 
Mas no que toca ao dominó, a coisa pia mais fino. AJS que se deslocou a Vizela a fim de participar numa convenção autárquica promovida pala Concelhia de Vizela do partido, subordinada ao tema “Reforma da Administração Local", não se limitou a discursar e a criticar o governo como se lhe exigia e, no fim, decidiu-se por "ir ali jogar uma partida num instante”. Na qual, ao que parece, as pedras lhe foram adversas. Perante o olhar interessado de alguns clientes habituais e os trejeitos impacientes da comitiva, o homem lá foi jogando ou pelo menos colocando “as pedras no sítio certo”. 
Ainda que a cobertura do jogo não tenha a qualidade a que o DDV já nos habituou: ausência de relato dos pormenores do embate, falta de comentários de especialistas... – conclui-se, no plano final, que o par do qual o líder socialista fez parte, saiu derrotado. E isto é que não está a ser bem digerido por parte dos seus prosélitos. Como desabafou um simpatizante: “Porque não se limitou ele a distribuir os cumprimentos e os beijinhos da praxe? Que necessidade tinha de desafiar aquelas pessoas para uma partida?” “E agora veja lá o nosso problema, como iremos apresentar numa futura eleição, um candidato a primeiro-ministro que até perde ao dominó contra dois reformados?!”

Agora quero ler o resto!

17 de novembro de 2011

Rua da Rainha novamente encerrada


A rua Dr. Pereira Caldas, por todos conhecida como Rua da Rainha, esteve hoje novamente encerrada ao trânsito.
Como volta e meia há festa na artéria, não foram poucas as pessoas que à vista do sinal, mal almoçaram, se postaram nas imediações a ver o que saía. Contudo para desilusão das dezenas de populares que aí acorreram na expectativa de mais um arraial, desta vez não se tratou de uma celebração mas de uma inundação. E a matéria do encerramento não foi o vinho mas a água.
Com efeito, e como é costume com as chuvas a sério, o regato, que atravessa a rua junto a um dos restaurantes, revolta-se e extravasa as margens que a oprimem – como no poema de Brecht- e arrasta cadeiras, mesas, panelas e o mais que encontra à sua passagem. Se bem que filosófica e sociologicamente (para não falar do plano urbanístico) esta analogia desse pano para mangas, parece que ninguém se deu ao trabalho de reflectir sobre o assunto. E a jornada foi encerrada com as doutas palavras de um transeunte, que ao ver a azáfama do dono do estabelecimento ao limpar os estragos, afirmou: “É uma pena! Como é possível que a natureza tão linda possa, às vezes, ser tão destruidora.” E depois de uma pausa, acrescentou: “ Sempre pensei que fosse um magusto. Umas castanhinhas e um vinhito novo até ajudavam a compor o estômago e a passar melhor a tarde…”
Refira-se apenas, para concluir, que não foram avistadas as personalidades do costume e os trabalhadores da CMV, que se encontravam a proceder ao arranjo, patentearam uma discrição absoluta, não se dispondo a posar para a câmara nem a conceder entrevistas. Nos antípodas do que é hábito suceder com os seus patrões.
.................................................................................................................................................................................................................... Queriam mais? Lamento... Hoje não há mais nada.
Agora quero ler o resto!

14 de novembro de 2011

Made in Vizela



A ironia não é a verdade mas o caminho.

Pensei começar o texto com esta citação de Kirkegaard e, em seguida, desenvolver o relambório até completar um tratado acerca do humor. Humor, ironia, cómico… termos que usamos e de que abusamos no dia-a-dia sem nos preocuparmos com os verdadeiros conceitos que os estudiosos lhes atribuem. E, na verdade, que interesse tem para o homem comum preocupado com ao aumento do IVA e com o corte dos subsídios, viajar até à isabelina Inglaterra para descobrir que o humor começou por designar a alegria intima que produz no espírito o observar o mundo e a humanidade de um ponto de vista estritamente pessoal e pretensamente objectivo? E ir caminhando no tempo até descobrir, afinal, que o Humor consiste em pôr em evidência o nonsense e o absurdo dos factos considerados normais pela força do costume?

Que nos importa que “apesar de o humor ser largamente estudado, teorizado e discutido por filósofos e outros, permanece extraordinariamente difícil de definir, quer na sua vertente psicológica quer na sua expressão, como forma de arte e de pensamento” se o que nos interessa é dedicarmo-nos a descobrir uma solução que nos permita pagar à banca as prestações de Dezembro e uma maneira de desencantar a massa para viajarmos até Punta Cana no próximo Verão?

Porque é que havemos de voltar à Antiguidade Clássica para tentar perceber as origens e a definição primeira da Ironia pela voz de Sócrates, quando nem podemos ouvir falar do seu homónimo luso que nos colocou a cabeça no cepo, e muito menos na Grécia que ameaça arrastar-nos para o abismo pós-euro?

Então pensei melhor: como este espaço é mais vocacionado para a sátira do que para a pedagogia, apaguei as frases bonitas e bem estruturadas e que me haviam custado pra cima de 3 horas em consultas e reflexão e mudei de rumo. Pois a nós, gente comum, o que realmente importa é o resultado desses artifícios, isto é, tudo aquilo que nos diverte e é passível de nos provocar umas boas gargalhadas para desopilar e esquecer a crise. Assim sendo, porque uma imagem vale mais que mil palavras, decidi, por uma vez, abdicar dos meus princípios e pôr no ar um exemplo do humor refinado e subtil. Ainda por cima feito cá na terra. Pois ao que parece, é disto que o meu povo gosta e que, se calhar, espera de mim.

E mais! Quem sabe, desta maneira, eu possa aspirar, enfim, a um lugar de destaque no ranking das audiências? Animada na presunção de que os milhares de espectadores que encheram o recinto pretendam recordar a noite memorável que viveram, estou com fé de que o contador de visitas do L&T, nos próximos dias, atinja um pico record. E, embora não faça muita questão, tenho a secreta esperança de um dia poder afirmar que o meu blogue teve mais visitas do que o blogue do vizinho – como, de resto, está na moda.
P.S. - Este post tem como especial destinatário um leitor (e comentador anónimo) de um outro blogue, que se queixou de não perceber a minha “ironia rebuscada”. Espero que goste e se divirta com o vídeo da pequena amostra do humor feito em Vizela, que lhe dedico especialmente. Embora tenha a certeza de que ele se encontrava entre a multidão anónima que delirou com o show e, até aposto, foi um dos que mais palminhas bateu. 

Agora quero ler o resto!

7 de novembro de 2011

PDM de Vizela - A Longa Marcha *

No Ruptura, o professor já tinha notado: “Finalmente após as férias a política pura voltou à cidade termal: comunicados, conferências de imprensa, reptos, gafes, acusações (políticas) de ambos os lados, criticas sobre plágios, desmentidos, dúvidas sobre prováveis contratualizações, ilegalidades versus legalidades, reuniões institucionais com sumo político, troca de “galhardetes” entre protagonistas, quer dizer…temos assunto…”

E o assunto continua a dar pano para mangas…

Depois de na conferência de imprensa da concelhia, os socialistas acusarem a coligação de querer ensombrar o bom trabalho do PS, o presidente, numa atitude inaudita, decidiu facultar à coligação a tarefa de rever e corrigir o PDM. E apresentar à votação a sua versão definitiva. Numa mensagem difundida através da página do facebook do partido (que ressuscitou há cerca de um mês de um longo período catatónico) o edil lembra que “estimular a participação é a melhor forma de governação” e nesse sentido irá convidar os vereadores da coligação a assumirem as tarefas de revisão e de correcção dos erros que detectaram no documento. E de forma a torná-lo verdadeiramente um “instrumento de planeamento territorial de âmbito municipal, que estabelece a estratégia de desenvolvimento territorial, a politica municipal de ordenamento do território e as demais políticas urbanas”, como se pretende.
Em privado, o presidente confessou aos seus correligionários que “sempre quer ver como eles se vão desemerdar”… “ estou fartinho de os ouvir falar, sempre a criticar, sempre a reprovar aquilo que faço… está na hora de mostrar o que valem, aqueles papagaios…”

Um dos papagaios, perdão, um dos membros da referida força política, reagiu de imediato e chegou mesmo a afirmar que “se o executivo com todos os meios de que dispôs, demorou 10 anos a apresentar o documento, será justo dar, pelo menos, outro tanto tempo à oposição para ler, estudar, avaliar, rever, corrigir e completar o processo. Até porque todos têm os seus empregos e ler aquele calhamaço todo nos seus tempos livres não é tarefa fácil. Ora isto situar-nos-á lá para perto do ano 2020 e não temos a certeza de, se por essa altura, ainda existiremos como nação quanto mais como concelho... Por outro lado, teríamos agora que aturar a impaciência da população que, de tanto se apregoar o PDM, deve julgar que se trata de um banco com a saída para a crise ou de euromilhões em ponto pequeno.” E talvez seja – digo eu - mas só para alguns.

O líder da coligação, mais ponderado e sem sequer convocar a habitual conferência de imprensa, respondeu, com as mesmas palavras que usou para comentar o pedido que lhe fez a vereaDora de exercer influências junto do governo para facilitar a PPP luso-espanhola : “A Câmara tem as suas competências, tal como o Governo. O que a Câmara tem de fazer nesta altura é apresentar o processo devidamente formulado para que seja aprovado. Mas se for necessária a intervenção do partido nesta matéria estaremos, como sempre, disponíveis para ajudar”. Isto é, nim. ML ressalvou, no entanto que, como é costume, a "resposta oficial da coligação a esta matéria virá a público mais à frente."

Enquanto os apoiantes do partido socialista, em campanha, apregoam nos cafés a magnanimidade e a nobreza do gesto do presidente, revelador da sua modéstia e do seu desprendimento, o nosso professor marcelo do Bica Quente definiu-o antes “como uma hábil jogada política, virando o feitiço contra o feiticeiro e bem capaz de descredibilizar e deitar por terra estratégia da oposição de uma vez por todas.” “O que, de resto, seria muito bem feito”, acrescenta no seu estilo imparcial e comedido. 

DC, no entanto, começa a demonstrar sinais de cansaço. E consta que transmitiu a um amigo a sua intenção de abandonar as funções políticas no final do mandato para se dedicar a outras missões: “Já deixei a minha marca. Agora quero completar o meu sonho de menino, ser presidente sim, mas da casa do Benfica.” Mas só, e segundo a mesma fonte, se lhe for permitido continuar a estacionar a sua viatura no parque da câmara. E colocarem um busto seu ao lado do do Dr. Abílio Torres, em frente ao balneário termal.

*A Longa Marcha é o mito fundador da China de (quem é que havia de ser?) Mao Tse Tung.

Agora quero ler o resto!

26 de outubro de 2011

O espírito da Maria da Fonte renasce em Vizela...165 anos depois


É uma vergonha! - foi assim que uma das mulheres vizelenses demonstrou a sua indignação face ao “rol de putativos, uns previsíveis e outros nem tanto, candidatos” à CMV, aparecido num conhecido blogue. Com efeito, a lista de aspirantes ao cargo do Dinis Costa, elaborado por um analista da nossa praça, inclui apenas 2 mulheres no lote de 24 nomeações.


Numa clara demonstração da força do género, um grupo de mulheres vizelenses, que integra personalidades de diferentes quadrantes políticos e de variados estratos sociais, decidiu, de imediato, formar uma comissão ad hoc para responder ao que consideram ser um desaforo e uma afronta aos direitos das mulheres. 

Na reunião, em que tomei parte e cujas conclusões subscrevo na íntegra (embora faça o relato na terceira pessoa para dar um ar mais credível), todas foram unânimes em “repudiar o machismo e a discriminação de que o post é reflexo”, que “ainda povoa a mente da maioria dos homens vizelenses”. “Nem aos 33,33 % temos direito?”, foi o argumento mais ouvido. 

Num clima de euforia e de revolta, várias intervenientes declararam-se espantadas com o autor do artigo, “vindo de quem, afirmando-se revolucionário, devia demonstrar uma abertura de espírito e uma visão das coisas menos retrógrada.” Houve até quem declarasse sentir-se profundamente desiludida: “o Zé Manel que tanto recorre às mulheres para dar cor ao blogue, na hora da verdade, faz como os outros - empurra-nos para a cozinha.”


Tomando a palavra, uma das participantes, referiu que “se dizem que atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher, nunca se ouviu dizer o contraponto vice-versa”, o que quer dizer que “as mulheres dão bem conta do recado, sozinhas”. E “em Vizela, que se orgulha de ser uma cidade toda prafrentex, a discriminação de que somos alvo é uma vergonha. Basta analisar a composição dos órgãos sociais de qualquer instituição vizelense para chegar a essa conclusão”. E rematou da seguinte forma, coroada por um estrondoso coro de aplausos: “ se fosse uma mulher a gerir o erário municipal, aquilo não tinha chegado ao ponto que se sabe…”.

A indigitada porta-voz, uma das raras mulheres que ocupa um cargo de destaque numa associação local, onde para as outras estão apenas reservados os lugares de secretárias e de meras figuras decorativas, anunciou, por fim, que da reunião iria sair um protesto endereçado à CIG e ao Parlamento Europeu. “Já é tempo de exigirmos uma representação equilibrada entre homens e mulheres em todos os domínios da decisão e Administração Pública, como consta do Plano Nacional para a Igualdade.” E o que a lei diz, é: “O IV Plano Nacional para a Igualdade, Género, Cidadania e Não Discriminação, 2011-2013, iniciativa da Presidência do Conselho de Ministros através da Secretaria de Estado da Igualdade, é o instrumento de políticas públicas de promoção da igualdade e enquadra-se nos compromissos assumidos por Portugal nas várias instâncias internacionais e europeias, com destaque para a Organização das Nações Unidas, o Conselho da Europa e a União Europeia.”

Agora, falta averiguar em qual das “90 medidas estruturadas em torno de 14 áreas estratégicas” do IV Plano Nacional, se insere a infracção. E também não se sabe se, com a queda do governo ou por imposição da Troika, o plano continua em vigor.

Sabe-se, é, que até ao momento, não houve reacções oficiais. No entanto, a Marisa Matias já fez saber que irá dar um valente raspanete ao professor quando o encontrar no próximo congresso do Bloco. Pois é, professor, vá preparando as orelhinhas!


PS- Para não julgar que falei de cor, caso o meu caro leitor se interesse pela coisa e queira obter mais informação sobre o tema, pode consultar o portal: http://www.cig.gov.pt/

Agora quero ler o resto!

23 de outubro de 2011

Rotary Club de Vizela quer instituir o Dia da Reconciliação Local


Por iniciativa do Rotary Club, uma instituição especialista na defesa das nobres causas, aguarda-se para breve a realização na nossa cidade do dia de reconciliação local. Importada de Angola, onde alguns dos nossos empresários construíram carreiras de sucesso, a celebração visa, nas palavras do companheiro-promotor, “ultrapassar diferendos, sanar divergências e resolver questiúnculas que ameaçam a unidade vizelense e se têm revelado nefastas para o desenvolvimento local.” E acrescenta, citando Rui Veloso, “temos a certeza que muito mais é o que nos une, que aquilo que nos separa.”


Na reunião da passada quarta-feira, discutiu-se o assunto mas ainda não há conclusões. Não só quanto à data, como quanto à forma de que se deve revestir a festa. Um companheiro, ligado à coligação, fez saber que se ocorrer num dia de semana, não vão poder participar, porque fazendo suas, as doutas palavras do seu líder: “Os vereadores da Coligação não podem estar presente em iniciativas que se realizam em dias de trabalho. Temos as limitações próprias de quem trabalha e tem um horário de trabalho.” 

“Ora, como pretendemos obter a mais ampla participação, tentaremos escolher um dia que permita a todos a sua celebração. Já sondámos o presidente da câmara que se mostrou receptivo para, em qualquer data, encerrar as ruas necessárias e pelo tempo que for preciso” – acrescentou o companheiro.


Também quanto à forma de comemorar há várias hipóteses (literalmente) em cima da mesa.
Houve quem propusesse um desfile conjunto de fanfarras, quem alvitrasse um lanchão (lanche gigante) no parque, composto de bolinhol e do famoso vinho apadrinhado pela nossa câmara, até houve quem se sugerisse uma caçada em conjunto aos pombos do hotel. No entanto, a hipótese que, no momento, reúne mais consenso, é a de uma marcha (lenta, como convém) pelas ruas da cidade, seguida de um banho – uma espécie de baptismo - nas águas da nova praia fluvial. Que, a acreditar na versão oficial, lá para Dezembro, estando o bar concluído, a eficácia do sistema de tratamento de águas rectificada -e mantendo-se a alta de temperaturas, anormal para a época do ano - deve estar na plenitude de condições e, inclusive, já deve ter a bandeira azul. 


No desfile marchariam todos os indivíduos ou representantes das forças da terra, que por uma razão ou por outra, se encontram desavindos e que por sua livre e espontânea vontade, aproveitariam a iniciativa para pôr fim aos respectivos diferendos, demonstrando, para todo o mundo, a fraternidade que caracteriza as gentes de Vizela. E que os desacordos são apenas pontuais e não passam de pequenos fait-divers.

Isto, sim, seria bonito de ver! Não apenas o mergulho suicida, mas também o ensejo de testemunhar o espectáculo que seria ver o Dinis e o Miguel ( e quiçá, o João António e o António Manuel, o Alberto Fernando e o Paulo Alexandre, o P. Machado e o Arménio Costa, e tantos outros, meu Deus!, que até lhes perdi a conta!) a sorrir, de braço dado, e a atirar beijinhos à populaça.

Entretanto, apurei que secreta e paralelamente, está em preparação uma manifestação de ex-trabalhadores das Sedas, do Varela Pinto, da Caravela, da Garça, do Gui, e de outras empresas extintas e/ou refundadas, os quais, por se terem contentado com “o pão-nosso de cada dia”, ou antes, "com o pão que o diabo amassou", ainda estão à espera de ver devidamente reconhecido o contributo que deram para o desenvolvimento desta terra.

Agora quero ler o resto!

8 de outubro de 2011

Desesperado Q.B., FCV procura primeira vitória


Impaciente em obter uma vitória que permita à equipa fugir dos últimos lugares, Quim Berto pensa ter encontrado a solução para o problema que lhe vem perturbando o sono e o devido gozo do estatuto alcançado. É verdade, que se trata de uma experiência arriscada - diferente da vulgar, e nem sempre vantajosa, troca de treinador. No entanto, o jovem técnico acredita que lhe pode trazer os resultados pretendidos.

Mas vamos por partes…



Após quatro jornadas, em que logrou dois magros pontitos, o técnico, desesperado, reuniu com o staff técnico, na procura de soluções. Feita a análise do plantel, reconheceram-lhe não só uma verdura exagerada mas também a falta de goleadores. Convencidos de que não podem esperar, de Braga, nem bom vento, nem bom casamento, equacionaram, numa primeira hipótese, recorrer a antigos atletas do clube que pudessem dar uma ajuda de pro bono. Ou seja, fazer uma perninha aos domingos e serem recompensados com as ovações e os aplausos de que já sentem falta. Mas dos três que apareceram, nenhum estava em condições de, no imediato, ganhar lugar no onze. “Gordos como vacas… nem os equipamentos lhes serviam… deviam ir mas é para o Peso Pesado...!”, desabafou o treinador.

Assim sendo, e sem dar cavaco a ninguém, o técnico decidiu consultar o velho mestre, raposa matreira, perito em questões tácticas. E também celebrizado pelo admirável uso de cambiantes linguísticos e excêntricas construções perifrásticas. O qual, refira-se, embora sem pertinência para o assunto que nos interessa, se dedica actualmente, na falta de melhor ocupação, a elaborar um obra literária intitulada, “Manual de Réplicas Desconcertantes a Quesitos Boçais – O manuel-machadês ao alcance de todos”. 

Inovador como sempre, o professor aconselhou o discípulo a ensaiar o esquema que valeu ao seu Vitória a única vitória no campeonato. E explicou, cientificamente, aquilo que todos viram e que julgaram tratar-se de hooliganismo simples. A manobra consiste numa invasão do treino por alguns indivíduos, supostos apoiantes do clube, que, por entre bocas, tabefes e biqueiros, assustam os atletas, provocando-lhes um aumento súbito dos níveis de adrenalina, capaz de produzir, no breve prazo, proezas inesperadas. “Mas atenção, que os pressupostos subjacentes apenas asseveram um nexo positivo de causalidade num plano temporal reduzido. Outrossim e caso os argumentos se colocassem numa esfera divergente, o Vitória almejaria, no presente, a inclusão no agregado de equipas que projectam a preeminência no arrolamento classificativo e encontrar-se-ia dissociado da excruciante conjuntura inerente às colectividades que se quedam na parte terminal da tabela.”, rematou.

Quim Berto, arrebatado pela magnitude do saber do mestre ou apenas atordoado com a esdrúxula linguagem, decidiu, de imediato, passar ao plano prático. O que nem foi difícil, pois os seus bons conhecimentos da realidade vimaranense permitiram-lhe rapidamente identificar os indivíduos certos e já calejados da intervenção na Unidade. Todavia, ciente dos riscos que a operação envolve, optou por comunicar antecipadamente a intenção ao seu presidente e a Agostinho Oliveira. Este, porém, torceu o nariz e exprimiu certas reservas, demonstrando, nomeadamente, o receio de que a bem conhecida animosidade entre as forças envolvidas, possa estimular nos invasores uma dose extra de motivação capaz de encolher ainda mais o lote de atletas disponíveis. E tranquilizou o treinador, dizendo para este não se preocupar demasiado com a falta de pontos” pois, independentemente dos resultados, para o ano arranja-se sempre um lugarzito, lá por Braga…”.

Contudo os argumentos não convenceram o jovem treinador, para quem apresentar resultados positivos, no primeiro ano de actividade é, mais que um imperativo profissional, uma questão de honra. E, cansado de esperar pela decisão do presidente do clube, ciente de que o tempo urge, o técnico confidenciou-me estar disposto a avançar sozinho e a pôr o plano em prática. Só não diz quando, “para não estragar o efeito-surpresa.”

Agora quero ler o resto!

7 de outubro de 2011

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce…” - A propósito do aniversário do DDV


O DDV fez 7 anos de vida e o L&T associa-se à festa e endereça ao seu Fundador, Director e proprietário muitas felicidades e muitos anos de vida. Como não podia deixar de ser, que nós, os escrevedores, temos de ser uns para os outros. E, se não ajudei a soprar as velas, não quero deixar de o parabentear, dedicando-lhe alguns versos de um poema, entremeados pelo texto.

Podem acusar a Clarinha de muitas coisas, nunca de ser ingrata (quantas vezes não bebi nas páginas cristalinas do DDV a inspiração para os meus pobres posts). Quanto do que eu escrevo não é uma réplica ou uma imitação do humor marquesiano? Ensinaram-me de muito nova que não se deve cuspir no prato em que se come (neste caso, na taça onde se bebe), eu faço por cumprir. E, agradecida, fico feliz com o sucesso dos outros.

“Nem tenho versos, cedro desmedido/da pequena floresta portuguesa…”

Aquietada, após saber que neste ofício não há concorrência, e que sobra espaço para todos, porque não há dois órgãos iguais, a Clarinha sente-se, de alguma maneira, realizada por contribuir, também ela, para o progresso da sua terra. Possivelmente não o fará da maneira mais correcta, louvando e agradecendo a torto e a direito (pois só deve lealdade aos seus casuais leitores), mas, quem sabe, talvez provoque neles um sorriso e dizem que o riso é a distância mais curta entre as pessoas. E, se não consegue chegar a todo o mundo, ao menos que divirta os poucos infelizes que a lêem.

“Nem tenho versos, de tão comovido/Que fico a olhar de longe tal grandeza.”

No dia do aniversário, o amigo Marques esteve em Santa Eulália a acompanhar e a transmitir para todos os leitores o relato online do jogo do CCD. Passo a passo, jogada a jogada, golo a golo, lá fomos vibrando, torcendo e sofrendo pelo clube, rumo à vitória. Como se estivéssemos a assistir ao vivo. Melhor ainda, porque nos livramos de ouvir os impropérios e de engolir o pó que o campo de jogos ainda solta. Mas que para o ano, graças ao sonho de muitos e ao esforço de alguns (e à contribuição de nós todos) deixará de soltar, após ser instalado o sintético.

“Quem te pode cantar, depois do canto/que deste à pátria, que to não merece? …”

E a trabalhar esforçadamente, festejou o aniversário do “filho”. Afastado da família com quem gostaria, certamente, de partilhar este êxito pessoal, na calma e aconchego do lar, mas imbuído do espírito de missão que o obriga a calcorrear o país (tanto o leva a Trás-os-Montes como ao Alentejo ou à Madeira, à tasca mais humilde ou ao hotel mais luxuoso) à procura de informações. E isto sim (digo eu!), isto é serviço público. Não é como a rádio Vizela, onde ficam à espera que as notícias lhes caiam do céu para o estúdio, e as vão actualizando quando lhes apetece, às vezes com um ou dois dias de atraso. Para não falar de outros, que mais não conseguiram do que uma página no Facebook...

E, por falar em RV, desculpem se me estou a intrometer nas funções de director, mas este repórter está subaproveitado. Um homem que é tu-cá-tu-lá com presidentes, ex-presidentes e outros (tu)barões cá do sítio, não pode ficar limitado a contar anedotas nem circunscrito à Praga da República. Merece mais, muito mais! Como prova o sucesso do seu projecto a solo.

“Chamar-te génio é justo, mas é pouco…”

O sucesso de algo revela-se, não apenas, na soma das suas partes, mas, e sobretudo, quando a obra ultrapassa o autor. E embora o DDV e o Marques se confundam, o jornal online atinge (hoje) zonas e populações que nem o autor ousaria sonhar. E, se nem sempre, a popularidade é sinónimo de qualidade, que melhor barómetro existe para avaliar os termos do sucesso?

“Chamar-te herói, é dar-te um só poder”

Pois, que continue a escrever, é o que lhe desejo. Não como um auto-de-fé (cruzes canhoto! não estamos nesse tempo… se bem que outros Torquemadas se adivinhem…), mas antes como um acto de amor ou uma arma de arremesso. E que o nosso querido DDV continue (não só outros sete anos mas setenta vezes sete, como diz na Bíblia) a ser o arauto da boa nova. E, é claro, consigo a director. Não abdique. Se é contra o aborto não pode ser a favor da cedência da responsabilidade do poder paternal.

“Sirva, pois, de poema este respeito/que te devo e professo…”

Mas se tiver que ser (por vontade própria ou por pressão externa), o importante é que consigo ou sensigo o rio continue a correr. Que não tenha o destino do outro (o nosso Vizela) que tão bem cantou e imortalizou em vídeos e fotos de uma beleza (e tranquilidade) sem igual. Cujas águas (outrora cristalinas) e agora "sangrentas, revoltadas, (como que) gritam a Deus a bênção de uma fonte!" Isto é, da chuva ou de um milagre...

 PS: Este post, por razões técnicas a que a autora é alheia, e que não interessam para o caso, saiu com algum atraso em relação ao previsto, e à data que se impunha. Por esse motivo, peço desculpa e a compreensão, não só do aniversariante mas também dos meus possíveis leitores. 
Tentei, em jeito de obséquio, escrever este prolixo texto a plagiar o estilo ligeiro e parentético do homenageado. Se o consegui ou não, é secundário. Eu fiz o que pude, mas estou ciente das minhas limitações e, na minha humildade, sei reconhecer que o talento não é para todos. 
“…O sol da inspiração que acendo e que levanto/chega aos teus pés e como que arrefece.”

Agora quero ler o resto!

22 de setembro de 2011

... e os autarcas remetem-se ao silêncio


Apanhando os presidentes das autarquias à saída de uma reunião da AG da Vimágua, onde são colegas de elenco, procurei obter esclarecimentos ou comentários às queixas dos organizadores da Capital Europeia da Cultura (que o estimado leitor pode conferir no post anterior).

Abordei primeiro o autarca de Guimarães, mas deste não obtive rigorosamente nada, excepto a explicação de que se encontra em voto de silêncio, "como é do conhecimento geral". 

De seguida tentei ouvir o edil de Vizela, que entretanto esperara de pé “para não se cansar”, mas também este afinou pelo mesmo diapasão, isto é, declarou que nada tinha a declarar.

Tanta solidariedade comoveu-me mas pareceu-me estranha. E, se do primeiro aceitei os motivos, quanto aos do segundo, achei melhor investigar. E, ao que logrei saber, DC foi aconselhado a esquivar-se a declarações públicas durante uns tempos "para evitar mal-entendidos". É que, segundo se diz, o Tozé não ficou nada satisfeito com o autarca vizelense (a única coisa que os liga é a antipatia mútua ao Assis) e chegou a repreendê-lo ao telefone: “Ó Costa, mesmo que tivéssemos encenado uma mudança de rumo para a esquerda, para nos distanciarmos das ruinosas políticas liberais do engenheiro, isso não quer dizer que devemos passar a citar Mao a torto e a direito… desse modo ainda nos confundem com esses grupecos radicais como o MRPP e outros que tais…” 

E assim, de um para se defender de explicar as contas, as trocas e os vencimentos chorudos dos membros da FG nesta altura de crise, e do outro para conter o alarde de erudição súbita que está a causar inveja a muito boa gente, acabamos por ficar às escuras quanto ao assunto que interessava. 

Mas nem tudo é mau, se, como diz o ditado, o silêncio é de ouro, brevemente teremos as duas autarquias a nadar em dinheiro e de uma assentada resolverão os respectivos desequilíbrios orçamentais. Assim seja!

Agora quero ler o resto!

Organização da Capital da Cultura assustada com a concorrência...


Em conferência de imprensa destinada a efectuar o balanço da recente Feira Afonsina e a divulgar novas actividades, um dos membros da organização não se coibiu de demonstrar o seu desagrado com a concorrência de Vizela, assim como a sua preocupação com o êxito de futuras iniciativas.


O responsável afirmou que, no seu entender, a série de eventos que ocorreram em Vizela no passado fim-de-semana não foi obra do acaso e serviu, não só, para retirar público mas também brilho à Feira Afonsina que nesses 3 dias decorria em Guimarães. Informou que tem conhecimento de que, pelo menos, 4 autocarros de visitantes japoneses esperados em Guimarães se dirigiram para a cidade termal, onde assistiram ao Vizela Hair Concept e aproveitaram para se abastecer de artigos a excelentes preços na Feira dos Stocks. Além de outros que fartos dos sons medievais foram ouvir o roncar dos bólides que disputavam o slalom de Vizela nas ruas do Fórum.
O membro da organização disse ainda que a simultaneidade de tantos espectáculos “para cúmulo, até o Vizela jogou em casa...” aliada ao facto de não existir sequer uma referência à Feira nos órgãos de comunicação vizelenses, “em que até a actuação do Canário no Multiusos foi motivo de realce… para não falar do destaque que deram às corridas de cavalos em Candoso ou ao encontro dos ex-militares em Braga” é, no mínimo, estranha.

Referiu também que nenhuma das iniciativas vinha anunciada na Agenda Cultural da CMV, a qual tinha sido devidamente consultada e, é claro, levada em linha de conta no agendamento da actividade.

“Este golpe obriga-nos a rever toda a programação que tínhamos idealizado. Pensávamos, no próximo mês de Novembro, recriar o terramoto na esventrada praça do Toural mas acabámos por desistir. É que, em Vizela, se eles se lembrassem de nos roubar a ideia, tinham muito melhores condições- basta passar e ver os terrenos das antigas fábricas da Caravela e das Sedas…“ . 
“Esperamos, é que, para o ano, a CMV não se lembre de montar o palco na praça e organizar espectáculos semanais com os irmãos Peixoto. Seria a ruína da Capital da Cultura…”, desabafou.

Agora quero ler o resto!

17 de setembro de 2011

Zanga de confrades, ou de como o bolinhol pode azedar



Depois de ter atingido o ponto de caramelo a discussão do bolinhol, como já é conhecida, parece encontrar-se neste momento a cozer em lume brando. Recorde-se que em finais do mês passado esta questão foi um dos temas mais comentados cá na terra quando se tornou conhecida a decisão judicial acerca das pretensões de duas casas confeccionadoras e comerciantes do referido bolo. E se o juiz não deu razão a nenhum dos reclamantes também a discussão pública não serviu para aclarar o problema.

O L&T, no sentido de pôr um ponto final no assunto, solicitou um estudo a dois egrégios vizelenses, que já deram avolumadas provas de rigor no estudo de outros assuntos da nossa história: o senhor Manuel Campelos e a doutora Maria José Pacheco. Mas, ou porque se tivessem extraviado as missivas ou por falta de tempo, ou por manifesto desinteresse dos requestados, ainda não vi em nenhum dos semanários onde costumam escrever, qualquer referência ao tema.


Assim sendo, não tive outro remédio senão socorrer-me da memória dos mais velhos que na praça desfiam recordações. Mas também deles não obtive prova que legitimasse qualquer das facções. A única conclusão que retirei foi que uma das casas sempre foi conhecida por ser uma espécie de almofada ou desvio de emergência dos autocarros a que falhavam os travões na descida da avenida, e a outra a sede das reuniões conspirativas do MRCV. E, já agora: “é uma pena que o preço do produto seja demasiado caro para o rendimento de um reformado”. Nenhum deles argumento histórico ou gastronómico pertinente para a questão em análise.
Apesar de tudo não quis dar o assunto por encerrado. Admiti que faltava uma opinião avalizada de algum vulto proeminente, o que nestas notícias cai sempre bem. E lembrei-me de recorrer ao presidente da autarquia, que, até pelo facto de pertencer à confraria gastronómica do pão-de-ló tradicional, poderia ter uma palavra dizer ou até alguma citação de Mao Tse-Tung apropriada para o efeito. Mas o edil, ainda exaurido não só do estudo dos dossiers a que se dedicou no período de férias como da longa entrevista a que se submeteu recentemente, declinou o convite e remeteu-me para o vereador VH Salgado, apontando-o como um “perfeito conhecedor dos meandros do problema”. Este, no entanto, despachou-me num ápice, afirmando estar enjoado, não só da polémica como do próprio doce. E tendo acrescentado que aprecia mais outras iguarias, demonstrou-me, através do registo de chamadas, como foi um fervoroso apoiante do pastel de Tentúgal, no recente concurso da RTP. E o registo não mente: 14 sms no espaço de 5 minutos.

Ah, como eu o compreendo! As saudades que deve ter de Coimbra e da rebaldaria dos tempos académicos. Na verdade deve ser custoso passar de presidente da maior associação académica do país, e reconhecido líder da contestação ao governo da altura, para um simples yes man ao serviço de uma autarquia de 3.ª ordem. 

Agora quero ler o resto!

4 de setembro de 2011

Correio dos Leitores


Recebi, pela posta restante, uma carta que, sensibilizada, passo a transcrever.

"Cara Clarinha,
Sabendo da proximidade geográfica existente entre as nossas cidades, havendo inclusive a possibilidade de a breve trecho o concelho onde reside voltar a ser anexado ao meu, não posso deixar de tecer o seguinte reparo:

Tendo na minha cidade ocorrido recentemente acontecimentos dignos de figurar no seu blogue, sem sequer ter a necessidade de os caricaturar, como por exemplo, o imbróglio da formação, destituição e remodelação do elenco da FCG, entidade responsável pela organização do grande evento GCC 2012, ou a invasão do treino pelos adeptos vitorianos brindando os atletas com estaladas, empurrões e outras manifestações de apreço pela carreira do clube, para não falar da singularidade do dialecto utilizado pelo ex-treinador do clube, não posso deixar de estranhar o silêncio do Letras&Tretas em relação a estes assuntos.

Por isso, e na estrita observância das regras de boa vizinhança, rogo-lhe que, levando em consideração o exposto, dedique alguma da sua atenção a esta cidade e aos acontecimentos que nela têm ocorrido ou venham a ocorrer.


Atenciosamente.
António M.


Caro leitor,
Fica registado o reparo. E prometo que, embora este blogue não tenha pretensões de ultrapassar o âmbito local, desde que a oportunidade se manifeste não deixará de se alimentar dessas fontes, que ou muito me engano ou ainda terão muito para explorar. Quanto à parte da anexação, vejam lá se querem ficar sem comboios para trazer os visitantes para a grande feira de 2012. E já não devem ir a tempo de construir um aeroporto… Até porque depois de pagas as indemnizações à Cristina Azevedo & Cia, e das toneladas de cimento que estão a despejar na cidade, não vos há-de sobrar muito dinheiro. 

Agora quero ler o resto!

31 de agosto de 2011

(Novas) Guerras do Alecrim e Manjerona


Enquanto o presidente da câmara no sossego do seu gabinete analisava e revia dossiers preparando o novo ano, uma ameaça etérea alastrava pela cidade e ameaçava corroer a paz e a ordem do município.

Uma autêntica luta fratricida dividia a sociedade vizelense, esbatendo o arroubo colectivo das festas e das vitórias dos nossos minigolfistas. Uma guerrilha muda e persistente entre os adeptos de duas fanfarras, com alguns infiltrados à mistura, demonstrava os méritos de alguns fanfarrões. Convém realçar que esta guerra não é travada com metralhadoras nem granadas, mas antes em forma de mortíferos comentários impregnados de veneno e de erros de ortografia. Os quais exigem muito mais esforço e devoção. E que devidamente estudados, por quem tenha paciência para os decifrar, podem passar a constituir o maior repositório de calinadas da paróquia. Além de serem, simultâneamente, candidatos ao prémio da mais longa série de arrotos escriturados do século. 


Dada a importância do caso, vários analistas se debruçaram sobre o assunto. Uns viram no caso, uma  versão musical do eterno mito de Édipo. Outros, mais terra-a-terra, apenas descortinaram razões mesquinhas, ódios antigos e recalcamentos. Mas todos eles prevêem uma longa e penosa contenda. 
Seja como for, os dados estão lançados. E queira Deus que tudo fique pelas palavras (mal) escritas. E não venhamos a ter uma batalha campal de instrumentos musicais usados fora de contexto. Se bem que, neste caso, a força dos argumentos não tenha comparação. O favoritismo iria inteirinho para a família Peixoto, basta ver a quantidade de macetas que os exímios tocadores de bombos possuem no seu grupo.
Entretanto, como factor de promoção (ou retaliação) a fanfarra dos bombeiros está a pensar criar um corpo de majorettes. Ainda não há prazo para inscrições, porque o assunto irá ser discutido internamente na Associação, como mandam as regras. Mas um responsável já nos afiançou que a ideia é para levar para a frente: “nem que tenham que fazer uso das bombeiras” (confesso que não sei se é assim que se designam) - “até porque as fardas não as favorecem e já estamos fartos de ouvi-las reclamar”. "E bem sabemos como são as mulheres..."

Mais trabalhosa se prefigura a resposta dos Peixotos. Não será fácil formarem, também eles, um serviço de ambulâncias. E daí…? Afinal, a maior parte deles já passou (ou passa) pelos bombeiros - a missão não lhes é, de todo, estranha. E como parece, os outros, mesmo sendo os melhores do mundo, às vezes demoram 15 minutos a chegar à Cruz Caída, caso os Peixotos arranjem uma sede, por exemplo, na Quinta do Poço Quente onde não falta terreno, sempre podiam controlar melhor essa zona da cidade. 

Remato com a única frase que me vem à ideia quando matuto no assunto: “Ditosa terra que tais filhos tem!”

Agora quero ler o resto!

15 de agosto de 2011

Ecos de Vizela


Por me encontrar distante do torrão natal, tal como tinha ameaçado no último post, não pude degustar devidamente as nossas festas. Mas pelas informações que fui colhendo (nem todas dignas de crédito - é verdade), verifiquei que, apesar dos cortes no orçamento, mantiveram o brilho e a mediatização habituais. Portanto está de parabéns a comissão que a câmara incumbiu de tão espinhosa tarefa. Pelos vistos, a sua actuação, já que falamos de festas, não ficou a dever nada à dos anteriores dinossauros.
Ontem, no dia da passagem do Cortejo, ouvi a última parte do relato em directo através da RV online. Gostava de poder exprimir em palavras toda a emoção que senti e que ainda me enovela a garganta. Apenas consigo balbuciar um grande bem-haja a quem apesar da hora tardia não quis privar os milhares de vizelenses espalhados pelo mundo, das emoções ao vivo de um cortejo memorável. “O melhor de sempre”, na opinião douta e insuspeita do presidente da edilidade. Que aproveitou para tecer palavras de louvor e encorajamento à juventude. Estes elogios foram, aliás, glosados por todos os entrevistados, assim como os dirigidos à organização, ao grupo de samba e às majorettes. Vizela dos Tempos Idos, sempre jovem. E renovando-se a cada ano para gáudio dos “milhares de dezenas” de visitantes, nas palavras do repórter Marinho, que se acotovelaram e pisaram, mais ou menos educadamente, para assistir às habituais faenas do Pecos, ao passeio compenetrado do turista Toninho Nabiça e às demais tropelias dos restantes folgazões. E não se furtaram, com certeza, os espectadores de, com lúbricos e esquivos olhares, ir catrapiscando as rechonchudas pernas das petizas da fanfarra. 

Quanto à organização, reconheço que não teve tarefa fácil. É obra arranjar espaço para as dezenas de esplanadas que povoaram as praças e ruas, as tômbolas, em número crescente e que constituem já um ex-libris das festas, os pavilhões da feira da artesanato, as pistas dos carrosséis, as tabancas dos ambulantes que em qualquer canto se armam, os vendedores espontâneos que medram como cogumelos, as barracas das cervejas, e por último, os milhares de cadeiras, bancos, escabelos, tamboretes, cadeirões, e todo o tipo de assentos que, como é costume, ornaram desde manhãzinha os passeios das ruas onde passava o cortejo. Bem fez a Fernandinha Labita que, há largos meses, vem reservando o lugar… 
Aliás, eu sempre pensei, de acordo com o que me foi chegando, que, mais dia, menos dia, a protecção civil divulgasse um edital a alertar os peões para os perigos da circulação nos passeios de Vizela. O que não veio a acontecer, não sei porquê. Pois é, preocupam-se com as vagas de frio e calor e estas até não duram tanto tempo… 
Eu, antes de regressar, vou dar ainda tempo para que as nossas zelosas brigadas de limpeza expurguem devidamente os vestígios dos bacanais e desinfectem convenientemente as esquinas para as libertar do cheiro característico de uma cidade que tem apenas um par de urinóis públicos pudicamente camuflados. 
Quanto ao resto, a semana não foi pródiga em acontecimentos de relevo. Baseando-me no DDV, apurei que houve a apresentação da nova fanfarra dos irmãos Peixoto aos patrocinadores. O mesmo diário serviu-me a informação de que o presidente da câmara não vai de férias - talvez espere, como o resto dos munícipes, pela abertura da praia fluvial da Cascalheira… ou talvez já esteja a deitar contas à vida calculando o valor do subsídio que irá ter que negociar com a nova associação que entretanto foi criada em Vizela. A qual também mereceu honras de notícia, a par de outras informações, tais como falecimentos, resultados desportivos, anúncios variados, e um slide evocativo das festas de Santa Eulália, em cuja legenda se celebra a união entre os eulalense na formação da respectiva comissão de festas. Que, pela peculiaridade de ter “juntado políticos de esquerda e de direita devia ser um exemplo a seguir em todos os pontos deste País”. Mais uma vez, damos o exemplo ao mundo.
Deduzi também pela falta de reportação que, pela segunda semana consecutiva, ninguém se demitiu do FC Vizela. Talvez devido ao êxito da campanha dos azulejos, que uma comissão de beneméritos decidiu levar a cabo durante as festas. Eu sempre pensei que fossem optar por tijolos e cimento para tapar as ruínas das bancadas, mas escolheram os ladrilhos… Compreende-se, sempre fica mais limpo. Já agora, lanço um alerta à comissão: antes de fechar as contas, retirem o suficiente para pagar os azulejos. Não façam como aquele director que, ao que consta, ficou a dever os materiais que meteu na bancada nova…
Quanto ao futebol, propriamente dito, Quim Berto, o novo capataz nomeado por Agostinho Oliveira, mais a sua equipa de tarefeiros repescados, com mais empate menos empate, lá vai levando a cruz ao calvário. Ou como tinha prometido o ex-atleta no dia da apresentação, vai executando “a difícil tarefa de arrumar a casa e trabalhar para a obtenção de resultados com dedicação e trabalho e viver um dia de cada vez”. Pois, sem a presença do pessoal auxiliar, que entretanto abandonou o clube, não deve ser fácil ter a casa arrumada e projectar o dia seguinte. 
E assim vai o nosso clube. Dizem que há quem prefira morrer de pé do que viver de joelhos. O vizelinha vai sobrevivendo. Como os patinhos: cabeça para baixo, rabinho para o ar. Oxalá não falte a vaselina!

Agora quero ler o resto!

7 de agosto de 2011

O maior acontecimento cultural do concelho


Pondo-me em dia com as notícias, no regresso de férias, saltou-me aos olhos o título sensacionalista do RV, chamando a atenção para o maior evento cultural do concelho. Eu reconheço que ainda conferi nas páginas centrais se não se tratava de alguma iniciativa para assinalar devidamente o aniversário do 5 de Agosto. Mas por exclusão de partes, verifiquei que se referiam mesmo às festas da cidade.


De imediato, confrontei, por correio electrónico, a equipa do Câmara Clara, o magazine cultural por excelência em exibição nos canais portugueses, com a falta de divulgação de um acontecimento desta natureza. E acrescentei que só podia tratar-se de discriminação por se realizar no norte do país.

A resposta não tardou e amavelmente deram-me a saber que certamente me tinha enganado no endereço, mas que fariam seguir a informação para a produção do programa do João Baião e da Tânia Ribas. 
Eu nada satisfeita com a resposta “eles pensam que nós somos parolos ou quê?!”, insisti, enviando, por fax, cópia da edição do RV de 5 de Agosto que por sorte tinha recebido no dia anterior, na caixa do correio. 

Querem saber qual foi o comentário? “Depois de analisado o caso e esmiuçado devidamente o programa das festas do suposto evento cultural, só nos merece acrescentar que há gente que, culturalmente, ainda confunde o olho do cu com a feira de Montemor”. Fiquei abismada. E aparvalhada! Nunca tal tinha ouvido, ou lido, ou coisa que o valha. E não é que, para meu espanto, a expressão vem mesmo descrita no Dicionário de Calão e Idiomáticas, pág. 18, a seguir e equiparada a outras como “confundir cagalhões com nêsperas”, “confundir alhos com bugalhos” ou “confundir o género humano com o Manuel Germano”. 


Confesso que não gostei do estilo nem de ver assim maltratados os nossos pobres e esforçados jornalistas. Até porque sei que se trata de gente séria e que só faz isto para o bem da terra mas também admito que por vezes exageram - lembro-me de ter ido à procura da ilha dos amores, convencida de que era uma espécie de ilha da Madeira, antes do Jardim.
Mas, voltando ao assunto,acabei por meter a viola ao saco e com medo da próxima réplica nem me atrevi a insistir. 

Fui, antes, até à praça onde me empanturrei de farturas. De seguida dei um salto ao bairro dos marroquinos onde comprei uma carteira Tous, uns óculos de sol Versace, dois pares de chinelos e a colecção completa dos Gato Fedorento. E num ímpeto arrebatado, adquiri também uma mala pois, de repente, senti o desejo de passar a próxima semana num ambiente mais descontraído… longe do tenso clima cultural que se vive em Vizela. 



Agora quero ler o resto!

15 de julho de 2011

Actrizes de madrugada 1




Megan Fox, na foto, foi a actriz escolhida para promover a futura praia fluvial da Cascalheira.
E, por uma vez, tudo parecia pacífico e a escolha acertada. Só que…

À última hora, porém, o departamento de trânsito da CMV achou por bem encomendar um estudo de impacto visual destinado a aferir as consequências que a suculenta imagem pode vir a causar na concentração dos automobilistas. Isto, considero eu, não passa de um preciosismo e de uma desnecessidade. Os nossos machos e galantes condutores derretem-se por coisas destas. E não só os cartazes - toda a mulher, acima dos 12 anos, que lhes caia no horizonte visual é uma presa potencial.

E, pelo menos, aos cartazes não devem apitar nem mandar piropos. Portanto, se a questão é essa, deixem-nos que se espetem à vontade.

Mas também há quem diga que teria havido oposição interna a esta escolha. Tendo alguém argumentado que havendo em Vizela moças tão bonitas e prendadas, não havia necessidade de se importar estes luxos estrangeiros. E em jeito de declaração de voto: “ Acredito que não faltaria, aqui por perto, quem por amor à terra estivesse disposta a dar o corpo ao manifesto! Até no seio da própria autarquia...” 
Reflexos da crise ou acesso de ciúmes?

Mas enquanto isso, a afixação do painel está suspensa. No entanto, se a foto carece de aprovação o mesmo não se passa com o slogan: “Na praia da Cascalheira goze o Verão à maneira!” - foi esta a frase preferida.

Falta esclarecer que o facto de a Megan estar com água até aos joelhos não é fruto do acaso, nem truque para lhe realçar os atributos. É que, em Agosto, com a seca e o controlo do caudal do rio na barragem da Queimadela, o Vizela, no ponto em que se projecta a praia, não costuma ter mais altura de água do que o tanque da praça. “Do mal, o menos, assim há poucos riscos de alguém se afogar. A câmara não pode é correr o risco de ser acusada outra vez de publicidade enganosa”.

Quanto confrontada com a questão de ser ou não exequível o funcionamento da praia já este verão, a actriz apenas disse: “I don’t care! I´m already used to appear in fiction movies…

Agora quero ler o resto!

13 de julho de 2011

Rádio Vizela – A melhor rádio… do concelho



Depois de num estudo recente efectuado pelo Bareme – Rádio, do grupo Markest, ter sido classificada entre as 10 piores rádios do país, tendo-lhe sido atribuída a categoria LR (lixo radiofónico), livrando-se de ser considerada PS, isto é, Poluição Sonora, por uma unha negra, alguns dos seus eficientes profissionais, colaboradores ou lá como lhe queiram chamar, encheram-se de brios e decidiram responder à letra.

Primeiro, lançaram um inquérito no Facebook ao qual apenas responderam 8 pessoas e cujas conclusões não foram reveladas, a seguir, elaboraram eles próprios um estudo, do qual obrigatoriamente devo dar conhecimento aos meus leitores. 

O estudo consistiu numa sondagem efectuada nos dias e locais em que decorreram os espectáculos comemorativos dos 25 anos da estação. E o método revestiu-se de uma forma assaz curiosa. 

Eis as perguntas:
-Qual é em sua opinião a melhor rádio do concelho de Vizela? ("quem disser que é a RV ganha 1 fino na barraca da esquerda.")
- Quantas horas em média, ouve a RV por mês? ("quem disser que ouve mais horas ganha 1 cachorro na barraca da entrada")
- Onde costuma ouvir a RV?
- Qual o melhor programa da RV? ("o produtor ou locutor do programa mais votado paga cervejas a toda a gente")

No fim, depois de analisados os dados, os resultados demonstraram o seguinte:
- 75% dos espectadores consideraram a RV a melhor rádio do concelho. A barraca da esquerda esgotou 3 barris de cerveja.
- O ouvinte comum aguenta, em média, 2 horas de RV por mês, mas o vencedor revelou que ouvia mais de 1.000 horas, juntamente com a família. Como é evidente, a família Esteves ganhou por larga maioria - embora o cachorro não chegasse para todos… 
- É no local de trabalho que mais se ouve a RV. Há patrões que obrigam os trabalhadores a seguirem toda a programação, incluindo os spots, para saber quantas vezes ao longo do dia o nome da empresa é referido. Há quem diga que isto viola claramente as leis laborais. Aguarda-se a tomada de posição da Federação dos Sindicatos de Braga relativa ao assunto. 
- Finalmente, na questão do programa mais ouvido, houve empate técnico entre o Alegre Despertar, do Alexandre Pereira e o Recordar é Viver, do amigo Mindinho. Conclusão, ninguém quis pagar as cervejas.

Daqui se extrai, isto é, extraíram os promotores do estudo que a Rádio Vizela, além de ser, de longe, a melhor rádio do concelho também é a mais ouvida pelos vizelenses. Sobretudo por aqueles – digo eu - que têm aparelhos comprados nas lojas dos chineses, cujas antenas, de acordo com o folheto, “captam todas as frequências num raio de 5 km.” 

Agora quero ler o resto!

Entrevistas da Treta - S. Bento confessa-se



Estando a decorrer a tradicional romaria de S. Bento das Pêras, considerado popularmente o Padroeiro de Vizela, tentamos obter do presidente da confraria, um depoimento de forma a assinalar a data. Fomos, porém, informados de que o presidente se encontra nesta altura assoberbado com trabalho e era impossível dispensar-me qualquer réstia de tempo. E como, se há outros membros da confraria, deles não reza a história, pelo menos a que vai sendo escrita, dia a dia, pelos órgãos de informação locais, achei por bem e, sem meias medidas, dirigir-me ao patrono para ouvir a sua mensagem.
E propagá-la aos quatro ventos, como é de tradição.


Como gosta que o tratem?
Como quiser. Só não gosto que me chamem Senhor São Bentinho. Não sei porquê mas não me soa bem. Se ao Papa, a qualquer papa, tratam de forma reverencial por Sua Santidade, chamarem-me a mim senhor e em seguida grafarem o meu nome próprio sob a forma de diminutivo, hipocorístico que seja, acho uma falta de respeito, quiçá, uma heresia.
Tratem-me por S. Bento e pronto!

…das pêras. Porquê das pêras?

Essa, nem eu na infinita sapiência que me é atribuída, consigo perceber. Talvez seja uma corruptela de pedras. Deve ser por isso que pintam de branco os penedos aqui à volta… 

Como veio parar a Vizela?

Assim como fui parar a muitos outros lados…. Da Núrsia, onde nasci até monte Cassino, onde acabei por morrer, espalhei-me um pouco por toda a parte, graças ao empenho e à influência dos monges que seguiram a minha regra. Acho que foi graças à sua acção evangelizadora e cultural que me tornei naquilo que sou. E acabei por cair nas boas graças do povo português por terem atribuído à minha protecção, na ocasião do terramoto que destruiu Lisboa, ter-se salvo o mosteiro de S. Bento. Se adivinhassem no que aquilo se ia tornar, certamente não gozava de tanta fama.
Também sou o padroeiro da Europa. Agora até o Passos me trata com muito respeitinho. Aliás, tirando o camarada Jerónimo e aqueles que também levaram na cabeça nas ultimas eleições… não, não estou a falar do Sócrates… o bloco do Louçã, ou lá que é… tirando esses, os outros, mesmo os ateus, fazem-me muitas promessas. Mas sabe como é, promessas de político nunca se cumprem. Ah, se eu fosse vingativo como apregoam!…

Santo popular. De onde lhe vem a aura?
Eu sempre fui monástico. Não me misturava com a plebe. Fui sulista, elitista e liberal, muito antes do Menezes de Gaia ter inventado a frase para designar o eixo que tomou conta do partido. E, paradoxo dos paradoxos, acabei por tornar-me um santo do povo. Os desígnios do Senhor são, na verdade, insondáveis.
Mas também é provável que haja para o fenómeno uma explicação sociopolítica: o povo pega em bandeiras. Grita. Aplaude. Vota. Quando vê as coisas malparadas, vira-se para os santos… como se nós fossemos capazes de limpar a porcaria toda que, perdoe a expressão, os gajos fazem…

Mas então, não gosta dessa fama?
Porque não corresponde à verdade. O Francisco, sim. Esse era um santo popular. Virado para a humanidade, para os pobres…E para as coisas da natureza e do meio ambiente, como está na moda. 
Eu fui mais de clausura e de erudição.

O Francisco…?
O Francisco de Assis, sim. Giovanni di Pietro di Bernardone, canonizado pela Igreja como S. Francisco de Assis. Ou de quem pensou que eu estava a falar?

Que me diz da ideia de transformar o dia 11 de Julho no feriado municipal de Vizela? Agrada-lhe a proposta?
Não sei porquê. Mais uma vez, tratam de pôr as responsabilidades e as esperanças nas mãos dos santos… Sei que o feriado municipal é no dia em que foi criado o concelho. Fruto da vontade política de alguns, mas sobretudo da consciência colectiva da população. Querem melhor motivo para celebrar do que esse? Da vossa força e do dia em que viraram a história?
Também sei que em Julho o tempo é mais agradável, convida a sair e a beber uns copos, a confraternizar… A convivência e a partilha são sempre salutares. Mas por essa ordem de ideias, punham o Natal em Agosto. E o carnaval também, para as meninas das majorettes não passarem tanto frio… Sim, que eu cá de cima também vejo muita coisa…

Nestes tempos de crise deve ser mais solicitado?
Nem lhe conto! Havia de ver o rol de pedidos que já me fizeram este ano. Fora os tradicionais, claro. Eles devem pensar que isto é um comércio ou o serviço celestial de saúde. Tenho saudades de quando era, apenas, o advogado das coisas ruins e dos males desconhecidos… aí, menos mal, até porque o diabo foi perdendo força ... E para antrazes, verrugas, cravos, enfim todas essas excrescências carnudas, foram-se descobrindo bons remédios… até genéricos há. Contra os cancros e os maus vizinhos da porta, a coisa pia mais fina...Depois o Paulo VI nomeou-me padroeiro da Europa… Mais um encargo! …agora, até contra uma tal de moody’s rating pedem a minha intersecção… Francamente!

Voltando a Vizela. Gosta do sítio onde o colocaram?
Tem melhorado. O turismo religioso sempre foi um bom negócio. E pelo que ouço, é para aí que Vizela tem que se virar. Para o turismo… Eu sei, pelos pedidos que me fazem, que as fábricas têxteis fecharam quase todas, as termas também… e as alternativas não têm sido muitas. Vejo que andam a fazer qualquer coisa nas bermas do rio. Mas pelas cores da água e o cheiro que aqui chega, ainda vai ser demorado… 
Gostava de poder vir a ser parte da solução.
E dizem-me que o espaço está bonito.

Há alguma coisa de que não goste?
Às vezes, não gosto do que se passa nas minhas costas. A barafunda da feira que para aí montam. E há outra coisa, já que pergunta. A mim, que sempre louvei o silêncio, custa-me um bocado ouvir o foguetório, o estrondear dos foguetes todo o santo dia. E a música pimba – como lhe chamam, que para aí ecoa!... 
Mas refugio-me na contemplação e na oração. Que remédio!
Outra coisa que me irrita são os cravos vermelhos. Por causa das conotações, sabe? Cravos vermelhos, revolução dos cravos e essas coisas… até porque a cor tradicional das oferendas que me fazem é branco. De repente, viraram-se para os cravos vermelhos… Pode ser historicamente um erro de simpatia, mas mesmo assim…

De cá de cima, tem visto Vizela crescer?
Nem sempre bem, para ser franco. Nem de forma ordenada. Especialmente, a seguir à criação do concelho. Até cheguei a recear que a altura dos prédios acabasse por me tapar a vista. Mas agora, normalizou. Até andam a construir umas chicanes giras, espalhadas pela cidade… Ao menos são verdes. Sempre servem para compensar as carecadas que o meu monte tem levado… 
Outra coisa de que ouço dizer bem, é da uma freguesia que só vejo de relance pelo canto do olho esquerdo. Dizem que, desde que para lá entrou uma senhora para a junta, nem parece a mesma.
Até andam a construir uma estrada directa cá para acima!

Ah! Tagilde?…
Essa mesma. Mas isso é mais do foro do meu colega Gonçalo.

Um último conselho ao povo que o venera?
Adoptai o espírito da minha regra: pax e ora et labora.  
E, se ainda for a tempo, deixai de me representar paramentado com roquete, mitra e báculo. Eu fui monge, não fui bispo.

PS- Fiz a vontade ao santo. Embora não garanta a autenticidade da imagem (o Foto Studio só se viria a estabelecer algumas décadas depois ), esta representa um simples monge e deve estar mais de acordo com a verdade histórica.

Agora quero ler o resto!

7 de julho de 2011

A Clarinha faz 1 ano.

Pois é! Hoje é o 1.º aniversário da Clarinha.
74 postagens, quase 10.000 visitas, são motivos suficientes para festejar. Festejemos, pois!


Do programa de aniversário consta uma tertúlia, subordinada ao tema: “Má-língua… mas com estilo” e a actuação de vários artistas para animar a festa, nomeadamente: José Carapinha, Abílio da Gaita, António Severino, além da vedeta internacional, Syrena e os truca-truca.


O Grupo de Bombos Família Peixoto e a Orquestra Ligeira de SFV, dois grupos “habitués” destas comemorações, e que foram convidados, alegando compromissos inadiáveis, não vão poder estar presentes.

Convido os órgãos de comunicação local – como não podia deixar de ser – ao menos, para ser notícia nos jornais.

Faço questão de convidar todos aqueles que foram visados nos meus posts – quero agradecer-lhes pessoalmente os motivos de inspiração que me deram. Faço votos que apareçam! E sem ressentimentos, hein?

Também os meus amigos do Facebook estão convocados. Mas, por favor, não tragam convites para eventos e aplicações.

Espero é que o bolo que mandei confeccionar, e de que junto foto para abrir o apetite, dê para toda a gente. Penso que dará. Ou não estivéssemos numa época em que as pessoas, para se mostrarem em forma nas praias, fazem correrias e caminhadas loucas por essas estradas fora, e cortam nos doces, querendo perder num mês o que acumularam num ano. É essa a minha esperança.

O evento terá lugar no restaurante Sul Americano, pelas 21:00 horas. Ou uma hora mais tarde, caso se justifique. Vai dar um trabalhão limpar aquilo tudo! … e abrir o portão de ferro que deve estar oxidado após tanto tempo sem uso. 

PS - Eu ainda pensei convidar as autoridades civis e religiosas, como fez o Xavier, para esta celebração. Mas, por um lado, sou ateia; por outro, não tenho nada que convidar a câmara - até hoje ainda não me atribuíram nenhum subsidio.

Agora quero ler o resto!

Actrizes à quarta-feira à noite 8 (hoje, mais cedo um bocadinho)







Hoje, para deleite dos meus leitores masculinos, temos, não uma, mas quatro actrizes. Para quem não conhece, trata-se de Misha Barton, Vanessa Hudgens, Chelsea Handler e Audrina Patridge, respectivamente.

Todas convidadas pela Drª Paula Lima para marcarem presença “na visita à futura rua de S. Bento das Pêras (é assim que escreve) que irá ligar Tagilde ao Santuário de S. Bento”. No entanto, apesar de todas terem viajado para Portugal, e usarem o dress code indicado no convite, “sport casual”, preparadas mesmo para uma longa e árdua caminhada e até para pernoitar (“ I tooked my pillows, just in case…” disse Chelsea Handler), nenhuma delas aparece nas fotos oficiais relativas ao evento. 

Estranho! A Clarinha pôs-se em campo e investigou. E, passados apenas alguns dias, orgulha-se de poder apresentar as suas conclusões.


Vanessa e Chelsea falharam a presença porque, apesar de todos os esforços para conseguirem um táxi que as transportasse a Tagilde, o esforço se revelou inútil. Nenhum dos taxistas de serviço no aeroporto Sá Carneiro conhecia tão distinta terra. (Atenção, sra. Presidenta, é preciso remediar esta lacuna. Tagilde tem que figurar rapidamente no guia do aeroporto.) Além disso, todas as chamadas para a anfitriã não foram atendidas porque a linha estava ocupada.

Misha Barton conseguiu chegar a Vizela. De autocarro. Vemo-la sentada em frente ao café Batista. Triste e cansada. Tentando dar conhecimento à Dª Paula que o autocarro seguinte para Tagilde só sairia ao fim do dia. E rogando que lhe arranjassem um meio de transporte alternativo. Lamentavelmente, a presidenta da junta tinha deixado o telemóvel de serviço em casa para o marido fazer uns telefonemas, e não recebeu o recado.

Audrina Patridge, a de baixo, ainda assistiu à cerimónia, mas a única foto, precisamente a que ilustra este post, que ela autorizou a publicar foi rejeitada liminarmente por alguém de alto gabarito, que não se mostrou agradado pelo que a foto indiscretamente revela. Não se trata, obviamente, dos atributos físicos da actriz, mas do estado degradado dos passeios. “Mostrar a todo o mundo os buracos que alguns passeios vizelenses ostentam ia-nos fazer passar por uma terriola do 3.º mundo. Corta!” 
E assim como a actriz proibiu as outras, “it’s horrible! I was full of dust. I don’t want that the world would see my dirty feet. And my new sandals, ooooh…” , o cachet, que segundo as estimativas até dava para pagar os paralelos que faltam, foi transformado em pó.

As actrizes, por intermédio dos respectivos agentes, lamentam o sucedido mas alegam que a culpa foi toda da organização. E revelaram ainda ter ficado abismadas por não haver um único táxi de serviço na freguesia.

Moral da história: assim se gorou a oportunidade de uma grande reportagem que corresse mundo, para grande desgosto da presidenta. 
Quanto às convidadas, provaram na pele o que já tinha sentido o duque de Edimburgo em 1973, aquando da comemoração dos 600 anos da aliança luso-britânica– ficaram a ver Tagilde por um canudo. 

Agora quero ler o resto!