13 de setembro de 2010

Ex-vereador(?) adormece plateia.

Embora com atraso (é o que dá perder um fim-de-semana em “la movida” ou na má vida - como preferirem) chegou-me ao ouvido que terminaram de forma um tanto ou quanto insólita as celebrações do 3.º aniversário da Associação Musical e Recreativa Família Peixoto. No almoço que encerrou as festividades um ilustre convidado ao usar da palavra para o discurso da praxe, conseguiu adormecer toda a audiência.

Os únicos testemunhos do acontecimento provieram dos empregados de mesa que, felizmente, se encontravam noutra sala a comer e fora do alcance sonoro do soporífico arrazoado. Segundo eles a plateia de 37 pessoas, incluindo um miúdo de 3 anos com uma otite que não parou de berrar durante todo o repasto, caiu num sono profundo após as primeiras palavras do orador. “Um austero senhor de óculos e cabeleira branca, que, indiferente a tudo, continuou a perorar mais de 50 minutos, não permitindo qualquer interrupção”. “Nem para levantar os pratos da sobremesa” – afirmaram os criados que, no entanto se recusaram terminantemente a revelar a identidade do sujeito.

Aturada investigação revelou que se trata de ex-autarca da nossa praça, já reformado, mas ainda capaz de provocar terramotos políticos.

Do tema do discurso não ficou registo já que até o próprio conviva não tem ideia do que disse nem a certeza de lá ter estado.

Os comensais foram despertos do letargo graças aos dotes musicais do dono do restaurante, antigo corneteiro na tropa, que, por volta das 7 da tarde, impaciente para desimpedir a sala para o jantar e em desespero de causa, empunhou o clarim de um dos elementos da banda (um dos instrumentos da nova fanfarra), e desatou a tocar. “Um tanto desafinado… certamente pela falta de prática no uso do instrumento”, como revelou Anselmo Peixoto. Mas para o caso serviu.

Análises posteriores feitas a alguns elementos da associação revelaram que o discurso teve um efeito soporífero de aproximadamente 10 mg de flunitrazepam (i.e., o equivalente a uma embalagem de Rohypnol), mas todos se encontram livres de perigo.

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