4 de abril de 2011

Edifício-sede do Município pode virar hotel de 5 estrelas




De forma a combater o deficit orçamental, que no entender de alguns técnicos, só encontra paralelo no naufrágio das finanças do estado, a CMV está prestes a avançar para mais uma PPP (parceria público-privada) visando transformar o edifício-sede do município numa moderna unidade hoteleira. 

Uma fonte do interior da Câmara e naturalmente bem-informada, que aliciei e me custou três finos e uma francesinha no Pingarelho (sim, que a Clarinha anda à caça das notícias e não espera no estúdio que elas caiam do céu) garantiu-me que a ideia tem pernas para andar e que até teve origem numa recente reunião da Comissão de Economia da AR. E passo a citar: “ deve ter sido uma sugestão do Tozé (Seguro, penso eu); é que não estou a ver o nosso presidente a ter uma inspiração dessas.”

Na conversa que acompanhou o repasto, consegui apurar que, no regresso, o presidente voltou a reunir-se com o grupo espanhol com o qual mantém estreitas ligações iniciadas com o negócio das Termas e parece que as negociações estão bem encaminhadas. DC ainda propôs a compra do castelo, proposta declinada de imediato pelo representante do grupo nos seguintes termos: “ya tenéis un hotel para palomas. Dejad este otro para los ratones”.

Com esta iniciativa o executivo pretende matar vários coelhos de uma só cajadada. Ou melhor dizendo tirar várias pedras do sapato do presidente que o atormentam e o impedem de gozar devidamente o estatuto a que se alcandorou: 

- É uma forma de compensar o citado grupo pelo malogro do acordo sobre as termas dissipando assim o mal-estar que subsiste entre as partes.

- Permitirá partilhar o filão que o milhão e meio de visitantes previstos para 2012 à capital europeia de cultura de que os nossos vizinhos de Guimarães vão ser anfitriões, pode vir a constituir em termos turísticos. Oferecendo-lhes mais uma opção de alojamento e associando-se de certa maneira ao evento. 

Embora a cultura não seja uma área muito cara ao nosso executivo, este não quererá enjeitar a oportunidade de se auto-promover e de ganhar uns cobres. 

- Paga a dívida aos empreiteiros. Em géneros. Estes aceitam acabar o exterior e remodelar todo o interior do edifício, impreterivelmente até Dezembro de 2011, procedendo às necessárias alterações que a mudança de ramo exige. Recebem, em troca, a cedência dos direitos de exploração das lojas e três suites executivas, no último andar, pelo prazo de 15 anos.

Brevemente esta proposta vai ser apresentada em reunião de Câmara.

Falta conhecer o montante das verbas envolvidas. E saber como vai reagir a coligação que contava ocupar o espaço já a partir de 2013.

Nota de rodapé: a foto foi retirada do blogue "Ruptura Vizela".Usei-a como pagamento pelos posts que o autor me tem "roubado". Eventuais direitos de autor sobre a imagem tem que ser exigidos ao prof . José Manuel Faria. Ok?

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