24 de maio de 2011

Vizela já é Slow City. E agora?


Na sequência da aprovação da candidatura vizelense a Slow City ou Cittaslow, cidades que devem promover e aumentar os níveis de tranquilidade e de qualidade de vida aos seus habitantes e visitantes, o presidente da CMV que, de imediato tive o prazer de felicitar e a oportunidade de entrevistar, confidenciou-me que já estava à espera, inclusive, que as obras que decorrem na cidade foram planeadas nessa expectativa e que são apenas um indicio daquilo em que Vizela se poderá tornar num futuro próximo.

Para além disso, o autarca também me pôs ao corrente de uma série de medidas que tem em vista adoptar, não só destinadas a agradecer e honrar tão excelsa distinção, como também para implementar os princípios inerentes ao conceito filosófico que deve orientar uma slow city "incluindo uma alimentação saudável, a convivência com os amigos, a prática de exercício físico, o respeito pela cultura e os costumes, no fundo ter uma vida calma com base em princípios de qualidade".
Medidas essas que embora, avulsas e desordenadas, não resisto a enumerar, para conhecimento dos meus fiéis leitores:

Liberalização do horário de funcionamento da câmara municipal, para que o atendimento se processe sem pressas e com um nível excelente de simpatia e afabilidade. E alargamento do período de almoço para que os funcionários possam degustar devidamente a refeição e sem stress (Embora segundo consta, alguns resultados dos últimos exames médicos periódicos efectuados ao staff camarário tenha detectado níveis de stress muito abaixo do limite mínimo recomendado pela OMS).

Aquisição de uma frota de bicicletas para as deslocações de serviço dos funcionários municipais.

Abolição das taxas de estacionamento. Aproveitamento dos fiscais para lavarem os pára-brisas das viaturas dos vizelenses e dos nossos visitantes, assim como efectuarem outros serviços menores para que sejam  reclamados e se justifiquem.

Revogação imediata das taxas de aluguer dos barcos, do campo de minigolfe e dos balneários do parque.

Distribuição de refeições gratuitas aos desempregados, reformados e outros, cuja precariedade de situação o justifique.

Instalação de uma rede wireless para que toda a população vizelense tenha acesso gratuito à Internet.

Acesso gratuito às futuras piscinas municipais. Entretanto, e como medida de transição até à conclusão das mesmas, os vizelenses poderão frequentar graciosamente a piscina do Park Clube.

Distribuição, juntamente com o boletim municipal, de 1 volume de clássicos portugueses, destinado a incentivar e a promover junto da população o gosto pela leitura.

Construção de uma casa de chuto para que os toxicodependentes ( “eles também são gente, ou não? ...e  votam!”) se possam injectar à vontade, fora das vistas e da desconfiança dos  habitantes limpos e imaculados, e sem incorrerem na forte possibilidade de serem detidos nalguma rusga policial.

Aluguer e abertura do edifício do Casino Peninsular às tertúlias e outras iniciativas que as associações vizelenses pretendam realizar.

Demolição do edifício do Brito e Gomes e zona envolvente para que os achados arqueológicos ali encontrados possam finalmente ver a luz do dia e figurar condignamente num futuro museu de Vizela, “que vamos projectar de imediato”.

Negar autorização para toda e qualquer pedido de instalação de cadeias de fast food no concelho, encerrar, assim que possível, as lojas que vendem esse tipo de refeições e sensibilizar os restaurantes da terra a servirem pratos baseados na dieta mediterrânica, que é segundo os nutricionistas, a melhor para a saúde e a mais adequada ao nosso paladar.

Estas medidas, e outras que certamente irão surgir, vão ser implementadas de imediato, segundo o presidente. E embora não me soubesse elucidar a que fundos irá recorrer, o autarca afirmou que faz disso uma questão de honra: “nem que para isso tenha que vender a viatura que a câmara adquiriu para as minhas viagens”.

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