Numa destas noites, fosse para quebrar a rotina ou para animar o ambiente, porque no programa das festas desse dia constava o habitual e repetido concerto da SFV, uma boa parte dos efectivos do posto de Vizela da GNR, irrompeu arrojadamente pela Rua 5 de Outubro (este é o local onde os vendedores ambulantes, este ano, foram autorizados a montar as tendas) para uma espectacular actuação que deixou animados e agradecidos os turistas que percorriam a zona, uma das mais concorridas da cidade neste período de festas.
Desta operação, que durou cerca de 1 hora, resultou a detenção de um cidadão africano que, depois de algemado, foi conduzido ao posto, distante cerca de 200 metros do local, numa viatura das forças policiais. Vários outros agentes armados e transportados num jeep serviram de escolta e compuseram o cortejo.
Julgou-se pelo aparato da cena tratar-se da captura de algum cabecilha do crime internacional ou de qualquer operacional da Alqaeda aprontando-se, talvez, para dinamitar o palco do Multiusos e malograr as nossas esplendorosas festas.
Afinal, e felizmente, tudo não passou de um equívoco. O detido era um simples e modesto vendedor de DVD piratas. E, segundo consta, foi denunciado pela concorrência por vender os seus artigos abaixo do preço de custo, o que constitui uma clara violação das leis do mercado. E mesmo que neste caso se trate de mercado negro ou algo do género, a “guarda não podia deixar passar em claro uma infracção dessas”.
Como os outros vendedores continuaram tranquilamente o negócio, presume-se que todos eles cumpram os requisitos legais, e os produtos que transaccionam, embora contrafeitos (como é o caso dos óculos, relógios, perfumes, carteiras, calçado, etc., etc.) se encontrem em boas condições de comercialização e devidamente licenciados.
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